REFLETINDO
SOBRE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM[i]
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Avaliação da Aprendizagem
Fundamentada
nas legislações educacionais vigentes e em estudos contemporâneos a concepção
de avaliação aqui apresentada baseia-se na perspectiva de um currículo
histórico-crítico. Logo, a avaliação da aprendizagem permeia todo o caminho
pedagógico de apreensão dos novos conhecimentos, tomando como referência a
prática social do estudante, devendo ser compreendida em três dimensões:
avaliação inicial, avaliação processual e avaliação de resultado.
Nesse
sentido, a avaliação é inerente ao método de ensino, pois está presente em
todos os momentos do trabalho pedagógico como foco na apreensão dos saberes na
descrição curricular para a etapa de ensino.
Os
instrumentos avaliativos (Provas, Seminários, Trabalhos em grupos...) devem
verificar o quê, o quanto e a qualidade das aprendizagens, saberes e domínios
efetivados em processos pedagógicos.
1.1 Avaliação
Inicial
Todo
processo de desenvolvimento da atividade docente parte da prática social do
estudante. Assim, o/a professor/a deve iniciar sua ação fazendo um levantamento
da realidade em que estão inseridos, possibilitando um ambiente de estudo
escolar que tenha foco no conhecimento como elemento fundamental de sua
formação intelectual e social.
A
avaliação inicial fornece informações aos professores sobre o desempenho dos
estudantes que com base nesse diagnóstico, terão subsídios suficientes para
intervir e tomar decisões no que se refere ao planejamento pedagógico, pois,
segundo Luckesi (2003), o ato de avaliar implica em dois processos articulados
e indissociáveis: diagnosticar e decidir.
Faz
parte do processo de ensinar e aprender. Sugere-se aqui, porém, que haja sempre
um momento no ano letivo, logo nas primeiras semanas de aula, destinado ao
diagnóstico das aprendizagens anteriores, objetivando conhecer as condições de
aprendizagem dos estudantes, com vistas à elaboração do plano de ensino anual.
1.2 Avaliação
Processual
A avaliação deve ser
entendida como processo que identifica os avanços no desenvolvimento do
processo de construção da aprendizagem dos estudantes, determinando a retomada
ou a continuidade do ensino. Segundo Hoffmann (2001), nessa perspectiva,
pode-se pensar na avaliação como mediadora de um processo permanente de troca
de mensagens e significados, como parte do processo de interação dialética, do
espaço de encontro e do confronto de ideias entre o professor/a e o estudante,
em busca de patamares qualitativamente superiores de conhecimentos.
A avaliação
processual é formativa, possibilita ao/à professor/a acompanhamento dos avanços
e das dificuldades dos estudantes ao longo do processo.
Nessa dimensão, a
avaliação permite que as intervenções pedagógicas sejam promovidas no tempo em
que as dificuldades ocorrem e, por isso, evita resultados indesejados.
Essa mediação do/a
professor/a possibilitará a ambos a apreensão do que cada um tem a comunicar ao
outro. Quando isso acontece, realiza-se um momento de avaliação, que se
relaciona com a etapa da instrumentalização do método, em que o/a professor/a
sente a realização positiva ou o momento crítico do seu ensino.
De acordo com o
pensamento de Gasparin (2007), a instrumentalização propicia um confronto
essencial no processo de ensino e aprendizagem entre os estudantes e o objeto
da sua aprendizagem, por meio da mediação do educador.
1.3 Avaliação
de Resultados
Finalmente,
o/a professor/a realiza sua avaliação a partir do trabalho desenvolvido com os
estudantes e estes avaliarão em que medida o conteúdo teórico se transformará
em aço após ser trabalhado. Este é o momento da prática social final, ou seja,
é o momento da avaliação na prática, em consonância com a síntese do método
didático.
Nesse
sentido, a prática social se efetiva quando há mudança de comportamento do
estudante, ou seja, quando o mesmo se posiciona diante das problemáticas
cotidianas, intervindo positivamente na solução destes (GASPARIN, 2007).
2 Critérios de Avaliação
O/a
professor/a deve, ao planejar o processo avaliativo, orientar-se por critérios
de avaliação que norteiem as aprendizagens essenciais e as competências básicas
que o estudante precisa ter desenvolvido ao final de uma etapa ou ano,
almejando prosseguir nos seus estudos. Os critérios de avaliação são
estabelecidos tendo como base as competências e habilidades a serem
desenvolvidas e consolidadas no Ensino Fundamental ou Ensino Médio, propostos
para cada área de conhecimento, assim como as aprendizagens esperadas
constantes das matrizes de cada componente curricular. No entanto, os critérios
de avaliação não devem confundir-se com essas competências e habilidades.
É
importante que a definição desses critérios seja refletida coletivamente pelos
professores, supervisores e gestores da escola, considerando a realidade de
cada sala de aula, uma vez que são relevantes, no momento de planejar as
experiências de aprendizagem e as atividades avaliativas.
Nessa
premissa, definir critérios significa ter parâmetros democráticos de apreciação
sobre o desempenho dos estudantes, que pode ser expresso sob a forma de habilidades
ou saberes essenciais imprescindíveis para o prosseguimento em etapas
posteriores. Critérios estes, que devem ser previamente estabelecidos pela
equipe pedagógica e apresentados aos estudantes.
[i]
Texto extraído do Caderno de Orientações Pedagógicas: Avaliação da Aprendizagem
– Estado do Maranhão “ESCOLA DÍGNA” – Secretaria de Educação.
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