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Este blog tem por objetivo mostrar meu trabalho em sala de aula, trocar experiências com professores e alunos e receber sugestões metodológicas, exemplos de projetos pedagógicos, etc.

sábado, 2 de maio de 2015

METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO – Professora Ms. Maria José
Brandão Ramos
EMENTA
1. METODOLOGIA CIENTÍFICA
2. A UNIVERSIDADE, O ACADÊMICO E O USO DA BIBLIOTECA
3. O CONECIMENTO
4. O SENSO COMUM
5. O MÉTODO CIENTÍFICO
6. PESQUISA
7. O TEXTO
8 O ESTUDO DE TEXTO (elementos da comunicação, tipos de análise de texto, técnicas metodológicas)
9. TRABALHOS ACADÊMICOS
10. EVENTOS CIENTÍFICOS
OBJETIVO GERAL– Compreender a importância da disciplina METODOLOGIA CIENTÍCA no curso, e aprender a estudar e a elaborar trabalhos acadêmicos de acordo com as normas e os procedimentos metodológicos e as normas oficializadas por instituições especializadas. E ainda, aprender a pensar de maneira lógica, sistemática, analítica e crítica.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
a) Inquirir sobre o que é científico; senso comum; como pesquisar; como elaborar um projeto de pesquisa.
b) Participar, com habilidade e agilidade do diálogo e dos trabalhos de grupo.
DESENVOLVIMENTO METODOLÓGICO:
1. Apresentação da ementa
2 Exposição dialogada (dois momentos).
3. Trabalhos de grupo: análise e produção de textos (trabalhos acadêmicos)
4. Elaboração e apresentação de projetos de pesquisa
5. Trabalho de grupo: pesquisa de campo
RECURSOS DIDÁTICOS:
1. Apostila
2. Textos
3. Livros
4. Dicionário de Metodologia Científica
AVALIAÇÃO:
1. Observação dos trabalhos
2. Análise dos trabalhos realizados
3. Pesquisa de campo.
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METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO
1. METODOLOGIA – (origem grega) Metá (na direção de, ou através de, ou a seguir) + hodós (caminho, via) + logos (estudo) = metodologia – estudar e avaliar vários métodos e verificar suas limitações e as implicações de sua utilização.
2. METODOLOGIA CIENTÍFICA – É o estudo, a geração e a verificação dos métodos, das técnicas e dos processos utilizados na investigação e resolução de problemas, com vistas ao desenvolvimento do conhecimento científico (RODRIGUES, 2.006).
3. UNIVERSIDADE, O ACADÊMICO E O USO DA BIBLIOTECA – A primeira universidade de que se tem notícia surgiu em Salermo1, próxima de Nápoles2, no início do século XI. Surgiram então as universidades Bolonha (1088), de Parma (1100), de Paris (1120), de Oxford (1130), de Pádua (1222), de Nápoles (1224) de Toulouse (1229) e de Montpelier (1288) (INÁCIO FILHO, 1995, p. 28. Apud RODRIGUES, 2.006). No Brasil, a primeira universidade a se formar com uma maior autonomia didática e administrativa, voltada para a pesquisa, a difusão da cultura e o benefício da comunidade, foi a Universidade de São Paulo em 1934 (ARANHA, 1996,p. 201. Apud RODRIGUES, 2.006). Sendo a universidade um lugar de reprodução, produção e socialização do conhecimento, o saber nela produzido deve ser utilizado para o desenvolvimento e a transformação da sociedade. É necessário, portanto, que a universidade mantenha sempre a relação ensino, pesquisa e extensão em uma inter-relação com a sociedade (RODRIGUES, 2006). Importante também se faz que, ao ingressar na universidade, o calouro perceba a relevância dos estudos e da sua formação profissional: assumindo uma nova postura para que sua formação intelectual e profissional seja inquestionável diante de uma sociedade seletiva e globalizante, na qual vivemos. Assim sendo, (...) o aluno deverá ter responsabilidade e autodisciplina para conduzir seus estudos e, assim, tirar o máximo proveito da excelente oportunidade de crescimento cultural que a universidade lhe oferece. Em contra partida, na universidade ele desenvolverá conteúdos teórico-práticos necessários a sua formação profissional e intelectual, cabendo-lhe não só reter esses conteúdos, mas também produzir conhecimentos (RUIZ, 1996, p. 19-20. Apud RODRIGUES, 2.006). É importante estudar nos dias atuais. Hoje o acadêmico deve estar consciente do objetivo que pretende alcançar. O uso da biblioteca é indispensável na vida do universitário. Ela é o pulmão da universidade (INÁCIO FILHO, 1995, p. 19. Apud RODRIGUES, 2.006). Deve existir um elo ligando: professor x aluno x biblioteca. A internet é também um importante veículo de transmissão de conhecimento, mas é necessário que o aluno desenvolva a capacidade de analisar criticamente a qualidade das informações obtidas na Rede.
1 Sua especialização era a arte de curar.
2 Nápoles é um dos portos mais importantes da Itália, com vivo intercâmbio comercial e turístico. É sede episcopal e grande centro cultural.
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4. TEXTO (do latim “textu”, que significa tecido) – “Um texto é uma tessitura de significados constituída no entrelaçamento físico de vestígios, é a fixação, em um suporte material, da obra humana na história. CUNHA entende que um texto é todo suporte material que porta uma mensagem, sendo o texto acadêmico um tecido urdido3 intelectualmente, que resulta da trama que cada tecelão realiza distintamente – lançando mão de sinais diversos ou similares. Para o estudo de um texto, o aluno deve, primeiro, definir qual o seu objetivo. Logo após deve procurar o texto, seguindo indicações feitas pelo professor, visitando uma biblioteca ou livraria, acessando a internet, etc. Antes de iniciar o estudo, é importante que o estudante tenha um contato geral com a obra por meio dos elementos: título, autoria, editora, data de publicação, orelhas, capas, sumários, referências, apresentação, prefácio e introdução. Essas informações facilitarão na delimitação da unidade de leitura (livro, um capítulo, etc.) A leitura de autores amplia o entendimento do pesquisador permitindo que em determinado momento do processo ele enfoque o mesmo objeto de um outro prisma, que encontre pontos análogos entre as teorias e a prática pedagógica, que experimente mirar uma certa descontinuidade entre as coisas e o foco das percepções usuais, culminando com um insight sobre a questão que o instiga.(DIEZ e HORN). Os trabalhos acadêmicos conduzem os alunos a uma formação técnica e/ou científica crítica, reflexiva e competente. É imprescindível, assim, que tenham um acompanhamento adequado do professor e sejam respeitadas suas metodologias” (RODRIGUES, 2.006).
5. A PESQUISA - Ao escolher o tema o pesquisador deve levar em conta suas preferências pessoais, suas aptidões, tempo disponível e recursos materiais e financeiros necessários para a realização da pesquisa, bem como a relevância do tema selecionado e sua contribuição pessoal ou cultural. Na escolha do objeto é relevante que o pesquisador observe suas vivências, conversas, leituras, debates e questões polêmicas da realidade na qual está inserido. (...) Toda pesquisa demanda um certo planejamento que deve levar em conta tanto a natureza do problema a ser investigado quanto o grau de conhecimento do pesquisador sobre o objeto em questão. Neste sentido de pouco adianta rebuscar ou sofisticar os aspectos metodológicos quando não se possua instrumental teórico suficiente para analisar os sinais ou dados que o estudo apresenta em seus resultados. Os sinais, dados ou fatos, sejam eles produtos de pesquisa de campo, bibliográfica ou de outro tipo, necessitam ser interpretados. (id.). Pode-se definir a pesquisa científica como uma atividade de investigação planejada que utiliza métodos e técnicas em busca de soluções para problemas propostos. Para realização de uma pesquisa científica, é importante que o pesquisador tenha algumas qualidades elementares: paciência, perseverança, curiosidade, sensibilidade social e atitude crítica, autocorretiva e disciplinada.
6. PESQUISA BIBLIOGRÁFICA – tem por fim a aprendizagem e a aquisição e produção de conhecimento. Exige: organização, comprometimento, disciplina e incorporação de atitude investigativa. Deve ser regida por princípios éticos – sempre indicar as fontes de referência das idéias pertencentes a outros autores (RODRIGUES, 2.006). Esta pode ser realizada independentemente ou como parte de qualquer outra pesquisa. Desenvolve-se tentando explicar um problema, utilizando o
3 Aqui o autor quer dizer: tramado, bem elaborado, bem tecido, com fios bem entrelaçados, conclusão: um texto bem elaborado, bem composto.
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conhecimento disponível a partir de teorias publicadas em livros e obras congêneres. Tipo muito comum na área de ciências humanas e sociais.
7. PESQUISA DE CAMPO - Realizada a partir de dados obtidos no local onde o fenômeno surgiu.
8. PESQUISA DE LABORATÓRIO - produz ou reproduz o fenômeno estudado.
9. TÉCNICA DE PESQUISA – O método estabelece o que fazer; a técnica o como fazer. As técnicas mais utilizadas na coleta de dados são: a observação, a entrevista, o formulário e o questionário.
10. ARTIGO CIENTÍFICO – Os artigos científicos revelam os resultados de estudos ou pesquisas e se diferenciam de outros tipos de trabalhos científicos por sua reduzida dimensão e conteúdo. São publicados em revistas ou periódicos especializados. Podem ser classificados em: artigo original (quando apresenta temas ou abordagens originais); e artigo de revisão (quando resume, analisa e discute informações de trabalhos já publicados). (LAKATOS e MARCONI, 1991, p. 238. Apud RODRIGUES, 2.006). A sua estrutura é seguinte: Cabeçalho (título e subtítulo se houver); nome do autor do artigo seguido de asterisco, para informar, no rodapé, as suas credenciais; resume(vem logo após o nome do autor e deve apresentar de forma concisa, clara e objetiva o conteúdo do artigo, não ultrapassando 250 palavras; palavras-chave (devem ser colocadas logo abaixo do resumo); corpo do artigo (introdução, desenvolvimento e conclusão)
11. COMUNICAÇÕES CIENTÍFICAS – São pequenos trabalhos escritos, bastante sucintos, que apresentam resultados preliminares, parciais ou finais de pesquisas. Sua função é divulgar esses resultados em anais, revistas e periódicos especializados; e também são apresentados em eventos científicos, como congressos, seminários, conferências, reuniões, etc. É comum, após a publicação de uma comunicação científica, ela ser apresentada nesse tipo de evento.
12. SEMINÁRIO – Utilizado para o estudo e a exposição de um tema ou texto. Pode ser classificado em: seminário de texto (quando são atribuídos, a um indivíduo ou a um grupo, o estudo e a apresentação de um texto previamente estabelecido); seminário de tema (quando é indicado um tema para pesquisa, estudado e apresentado por um indivíduo ou um grupo).
13. EVENTOS CIENTÍFICOS – Os principais eventos científicos são: congresso e encontro (para divulgar, debater ou deliberar sobre determinado assunto, em um certo período de tempo); painel (discutir assuntos controversos de grande interesse público: expositores especialistas no assunto, sob a coordenação de um mediador ou moderador, podendo, depois do debate dos expositores, abrir a palavra para questionamentos do público-alvo); simpósio (estudo sobre um determinado tema sob a coordenação de um mediador ou moderador: os vários aspectos do tema são atribuídos a diferentes subgrupos que irão estudá-los realizando uma pesquisa. Após os estudos é marcada uma reunião geral em que cada subgrupo apresenta as conclusões alcançadas de seu subtema ao grande grupo, sob a coordenação do moderador. O simpósio é um evento de maior envergadura que o seminário); fórum (um palestrante – especialista – realiza uma exposição profunda sob um determinado tema, sem interrupção. Depois o público-alvo é dividido em subgrupos para trocar idéias e formular perguntas ao expositor); palestra
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(exposição de um determinado tema, por palestrante especialista, sob a coordenação de um mediador. Depois o coordenador abre a palavra para questionamentos).
14. CONHECIMENTO – Os animais conhecem as coisas; já o homem, além de conhecer, investiga-lhes as causas. (...) o homem conhece e pensa; elabora o material de seus conhecimentos (RUIZ, 1996, p. 90.Apud RODRIGUES, 2.006). O conhecimento possui três elementos necessários: o sujeito (o ser humano); o objeto (o mundo exterior ao sujeito); e o conceito (a representação e a explicação do objeto-elaborado pelo homem). Há quatro tipos de conhecimento: conhecimento vulgar ou popular (senso comum: subjetivo, assistemático, superficial, acrítico, falível, ametódico); conhecimento teológico (baseia-se no estudo de Deus: inspiracional, sistemático, não verificável, acrítico, infalível); conhecimento filosófico (é um constante indagar, cujas respostas se tornam objeto de novas indagações. Crítico, racional, sistemático, não verificável, geral); conhecimento científico (produzido pela investigação científica, por meio de seus métodos e de suas técnicas).
15. MÉTODO CIENTÍFICO – É um conjunto de procedimentos racionais e sistemáticos que possibilita alcançar um determinado objetivo. É um caminho planejado a ser seguido na investigação científica (RODRIGUES, 2.006). Conjunto das atividades racionais e sistemáticas que, com maior segurança e economia, possibilita alcançar o objetivo, viabilizando o caminho a ser seguido, localizando erros e orientando as decisões do cientista (LAKATOS e MARCONI, 1991, p. 83. Apud RODRIGUES). Conjunto de normas-padrão que pautam uma pesquisa para que ela seja bem sucedida e seus resultados obtenham a adesão racional da comunidade científica. Toda e qualquer pesquisa tem sua situação problema que convida o cientista a investigá-la. Guiado por um certo número de hipóteses preliminares, e auxiliado pela imaginação criadora, o pesquisador trata de observar os fatos, coletar dados que lhe permitam formular hipóteses frutíferas e dar continuidade à pesquisa. Num segundo momento essas hipóteses devem ser testadas e experimentadas. Uma vez confirmadas, as hipóteses transformam-se em leis, que por sua vez são incorporadas em teorias capazes de explicar e prever os fenômenos presentes no mundo circundante (Ribeiro de Sousa, 1995: 59 e 60). Podem-se reunir os métodos em dois grandes grupos: de abordagem e de procedimentos. Os de abordagem são:
 MÉTODO INDUTIVO – É aquele que, por meio de observações particulares, chega-se a afirmação de um princípio geral; é o raciocínio lógico que vai do particular para o geral (Carlos é mortal. Paulo é mortal. Pedro é mortal. Ora, Carlos, Paulo e Pedro são homens. Logo, todos os homens são mortais): observação dos fenômenos, descoberta da relação entre eles e generalização da relação.
 MÉTODO DEDUTIVO – É o raciocínio lógico que sai do geral para o particular (Todo homem é mortal – premissa maior. Paulo é homem – premissa menor. Logo, Paulo é mortal – conclusão). Esse método foi proposto pelos racionalistas René Descartes (1596-1650), Spinoza (1632-1677) e Leibniz (1646-1716) – o conhecimento se realiza pela dedução.
 MÉTODO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO – O valor de uma teoria não se mede por sua verdade, mas pela possibilidade de ser falseada. (...) a hipótese pode se mostrar válida, pois superou todos os testes, mas não definitivamente confirmada,
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já que a qualquer momento poderá surgir um fato que a invalide (GIL, 1999, p. 30-31. Apud RODRIGUES, 2.006).
 MÉTODO DIALÉTICO – Contesta uma realidade posta, enfatizando as suas contradições. Consiste no conflito dos contrários: (A flor precisa murchar para se formar o fruto. O fruto precisa apodrecer para se ter a semente. A semente precisa morrer para que germine uma nova planta). É uma luta de forças contrárias: o positivo e o negativo; a vida e a morte; o explorado e o explorador; o amor e o ódio; etc.
 MÉTODO FENOMENOLÓGICO – É o estudo dos fenômenos, em si mesmos, apreendendo sua essência, estrutura de sua significação. Trata de descrever, compreender e interpretar os fenômenos que se apresentam à percepção.
Os métodos de procedimento são:
 MÉTODO ESTATÍSTICO – Utiliza a estatística para a investigação de um fenômeno ou objeto de estudo. Contribui para a coleta, a organização, a descrição, a análise e a interpretação de dados, e utiliza esses dados na tomada de decisões. É utilizado nos estudos de fenômenos sociais, políticos, econômicos, biológicos, etc. Esses fenômenos são submetidos à manipulação estatística, para que sejam verificadas suas relações mútuas e sejam obtidas generalizações.
 MÉTODO COMPARATIVO – Conduz à investigação por meio da análise de dois ou mais fatos ou fenômenos, procurando ressaltar as diferenças e similaridades entre elas. Exemplos: comparação de tipos de eleições; diferentes formas de governo; taxa de escolarização de países desenvolvidos e subdesenvolvidos.
 MÉTODO EXPERIMENTAL – Consiste essencialmente em submeter os objetos de estudo à influência de certas variáveis, em condições controladas e conhecidas pelo investigador, para observar os resultados que a variável produz no objeto. Pode ser considerado o método por excelência das ciências naturais.
 MÉTODO TIPOLÓGICO – Consiste na elaboração de modelos ideais que servem para análise ou avaliação de uma realidade concreta. É uma construção teórica idealizada, hipotética.
 MÉTODO HISTÓRICO – Conduz à investigação a partir do estudo dos acontecimentos, dos processos e das instituições do passado, procurando explicar sua influência na vida social contemporânea.
 MÉTODO FUNCIONALISTA - Estabelece uma analogia entre a sociedade e o organismo4. Nele enfatizam-se as relações e o ajustamento entre os diversos componentes de uma sociedade. Ele estuda a sociedade do ponto de vista de suas unidades, de suas partes, considerando toda a atividade social como funcional. Por
4 O conceito de organismo foi formulado pela primeira vez, por Aristóteles da seguinte maneira: “se o machado tem de rachar a madeira deve necessariamente ser duro; e, se tem de ser duro, deve necessariamente ser de bronze ou de ferro. Ora, exatamente da mesma maneira, o corpo, que é um instrumento como o machado – visto que cada uma de suas partes, assim como sua totalidade, tem uma finalidade própria – tem de ser feito necessariamente assim e assim, se é que deve cumprir sua função”. Nesta noção, o ponto fundamental é que toda a estrutura do organismo subordina-se à sua função, isto é, a seu fim de sobreviver como organismo; dessa característica deriva a outra, de subordinação das partes ao todo. [...] A subordinação das partes ao todo que, - só ele – é substância, passou a ser a característica fundamental do organismo. [...] o organismo pode ser considerado como máquina, mas uma máquina dotada de unidade funcional, coerente, integral e, ademais, capaz de autoconstruir-se, com base num plano ou projeto que se mantém relativamente invariável de geração em geração (Abbagnano, 2003, p. 734).
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exemplo, um pesquisador pode analisar as funções de determinados costumes ou instituições para conhecer seu sentido e manter a unidade de um determinado grupo social (RODRIGUES, 2.006). (...) o conceito de sociedade é visto como um todo em funcionamento. E o papel das partes nesse todo é compreendido como funções no complexo de estrutura e organização (LAKATOS e MARCONI, 1991, p.110. Apud RODRIGUES).
 MÉTODO ESTRUTURALISTA – É utilizado para o estudo de culturas, linguagens, etc., como um sistema em que os elementos constituintes mantêm, entre si, relações estruturais. Assim, por exemplo, as relações entre os modos de vestir, os hábitos alimentares, as estruturas de parentesco, a forma de poder e o sistema econômico de uma sociedade podem apresentar, em seu interior, estruturas invariantes, e é possível construir modelos que a representem.
 MÉTODO CLÍNICO – É usado principalmente por psicólogos em uma relação entre o pesquisador e o pesquisado. É também usado nas ciências médicas e em outras áreas das ciências humanas.
16. REFERENCIANDO OS AUTORES - “Desde que Aristóteles escreveu ‘A poética’, qualquer sistematização ‘científica’, ou melhor, acadêmica, apenas se caracteriza como tal se se reportar às autoridades que já pesquisaram sobre a temática, pois, como ‘ser social’ que faz cultura, o homem não produz qualquer conhecimento sem que o mesmo se relacione a algo anteriormente elaborado, isto é, não inicia uma criação a partir do nada. Ao contrário, mesmo que se oponha ao instituído, tem nele um referencial de negação (DIEZ e HORN, 2.004)”. Os autores explicam que a revisão de literatura é o ponto de partida obrigatória de um estudo. Referenciar autores – autoridades – significa validar o seu estudo, o seu texto. Se o texto for redigido com citações, pensamentos ou mesmo teorias sem referências aos autores, este não terá validade acadêmica. O referencial teórico é a parte mais importante de um estudo acadêmico, pois aprofunda o conhecimento e permite o aparecimento de novas idéias
17. REGISTRO DO CONTEÚDO ESTUDADO - Tanto para o conhecimento como para a elaboração de um texto, ao se fazer uma leitura deve-se registrá-la, pois a memorização dos conteúdos será insuficiente se apenas se lê, sem nada anotar. Assim, ao mesmo tempo da realização da leitura elaboram-se os seus registros em: fichas, arquivos, cadernos, blocos, etc. E nessas anotações devem constar as referências completas da literatura, inclusive com nome do tradutor, se houver, e número de edição. Esses conteúdos devem ser anotados já com as próprias palavras – parafraseando o autor -, transportando palavras, frases ou passagens com palavras e estruturação de redução diferente da do texto original. A paráfrase (explicação mais desenvolvida de um texto por meio de palavras diferentes das nele empregadas) deve ser fiel ao texto original. O processo de leitura e de registro da mesma, com outras palavras, além de levar à memorização, conduz ao exercício formador de um acervo de saberes que agilizam a cognição permitindo a atribuição própria de significados na decifração da realidade. Após a realização da leitura e dos registros de vários textos, torna-se possível extrair destes, elementos para a montagem dos capítulos do estudo. A título de exercício, DIEZ e HORN (2.004) sugerem a leitura da “Alegoria da Caverna”, no anexo III, onde encontraremos paráfrases completas e paráfrases resumidas de outros. Com a análise e comentário desse material tem-se uma amostra de como se escreve um texto acadêmico.
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18. PROJETO DE PESQUISA - Um projeto é uma espécie de carta de intenção, de explicitação da proposta do estudo que se pretende realizar; é o esboço que permite prever o lançamento para diante de uma busca teórica que se constitui em condição para qualquer nível de graduação, de pós-graduação. Assim, configura-se como o planejamento da pesquisa, enquanto a monografia é a sistematização (relatório) do processo e resultado da investigação. [...] Na sua redação, a linguagem deve ser técnica, denotativa, objetiva e concisa, sempre fugindo do vulgar. Norteia-se a impessoalidade por meio do uso da terceira pessoa do singular e a partícula apassivadora “se”, quando necessário. Deve-se, ainda, evitar a construção de frases muito longas, a repetição de idéias, o pedantismo, as gírias e os termos vagos, imprecisos e ambíguos (RUDRIGUES, 2006, p. 155). Conforme o quadro a seguir, o projeto deverá atender alguns quesitos mínimos:
QUADRO I – QUESITOS DO PROJETO5
QUESITOS / PERGUNTAS
ROTEIRO DE PROJETO
O que é?
Tema
Por que?
Problematização
Para que?
Objetivo
Qual a relevância?
Justificativa
Qual o fundamento?
Revisão de literatura
Como será realizada?
Metodologia
Como será agendada?
Cronograma
Quais as fontes?
Referências bibliográficas
 IDENTIFICAÇÃO DO TEMA - É o espaço onde será descrito o objeto do estudo. O tema deverá ser redigido com objetividade, exprimindo globalmente a proposta.
 DELIMITAÇÃO DO TEMA - [...] O tema não pode ficar aberto ou vago. Deve ser escolhido um aspecto dele para ser trabalhado. A delimitação do tema exige especificação, seleção de um tópico ou parte a ser pesquisada. Assim, é necessário definir sua extensão, profundidade e área de conhecimento (geografia, pedagogia, direito, medicina, história arquitetura, administração, etc.). Também é preciso delimitar o tema no tempo e no espaço, ou seja, indicar o contexto histórico e geográfico em cujos limites ele se localiza. Dependendo do tipo de monografia (trabalho de conclusão de curso, dissertação e tese), deve-se delimitar a área de conhecimento, a área especializada de conhecimento e a área de concentração. Ex: Área de conhecimento – geografia
Área especializada – geografia agrária
Área de concentração – organização do espaço rural no mundo subdesenvolvido (id.).
 PROBLEMATIZAÇÃO - Um problema é uma questão levantada para inquirição, consideração, discussão, decisão ou solução. Problematizar é dar forma de
5 DIEZ e HORN, 2004, p.44.
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problema a; tornar problemático: (...) problematizava ainda um desenlace satisfatório (Euclides da Cunha). (...) Problematizar é especificar um ponto para ser resolvido, aquilo que significa contenda, desavença, discussão ou conflito em relação à temática escolhida, portanto é uma questão, um enunciado que interroga sobre como chegar a uma boa conclusão (DIEZ e HORN, 2.004). Esta etapa – talvez a mais trabalhosa do projeto de pesquisa – exige do pesquisador muita leitura, reflexão e curiosidade. Contudo, escolhido e definido o problema, a decisão sobre os demais procedimentos da pesquisa é facilitada.
 OBJETIVO - O objetivo de um projeto de pesquisa é o seu norte: norteia o estudo na busca do conhecimento acadêmico desejado. Desde que seja um projeto de monografia, seu objetivo deve referir-se ao saber. Eis porque ao elaborá-lo devemos usar termos como: pesquisar, estudar, perquirir, investigar, inquirir, indagar, questionar, esclarecer, explicitar, etc.
 0BJETIVO GERAL - O objetivo geral, de modo lato, é o norte do conhecimento acadêmico desejado, abraçando pesquisa e monografia como uma proposta ampla.
 OBJETIVOS ESPECÍFICOS - Os objetivos específicos existem para o cumprimento do objetivo geral, manifestando as etapas previstas para completar a finalidade almejada. Por isso aconselha-se um objetivo específico para cada segmento – capítulo, parte ou seção – da monografia.
 JUSTIFICATIVA - Na justificativa argumenta-se sobre a relevância do estudo, retomando problematização e objetivo geral, mostrando a importância da abordagem pensada como solução da questão identificada.
 REVISÃO DE LITERATURA - Aqui se trata a temática segundo os vários autores, relacionando-os. Este item depois será ampliado e aperfeiçoado para construir o ‘corpo de texto’ da monografia.
 METODOLOGIA - A metodologia existe para facilitar o cumprimento dos objetivos. Deve-se descrevê-la, determinando e esclarecendo os caminhos escolhidos para o estudo e sua sistematização.
 CRONOGRAMA - O cronograma (em forma de tabela ou de texto) é um planejamento das etapas do trabalho a ser realizado, distribuídas no tempo previsto para o estudo; é um agendamento das tarefas para o alcance dos objetivos, desde a escolha da temática até a redação final.
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QUADRO II – EXEMPLO DE CRONOGRAMA
CRONOGRAMA
A pesquisa será desenvolvida de março a dezembro de 2014
PERÍODO /
ATIVIDADES
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
Definição do tema
X
Revisão inicial de
Literatura
X
X
Elaboração do
Projeto
X
X
X
Revisão de literatura
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Definição de categorias para
definição de capítulos
X
X
Análise dos dados
X
X
Redação final
X
X
 REFERÊNCIAS - Aqui se registram todos os autores e/ou documentos citados ou referenciados no texto.
19. MONOGRAFIA – A monografia, como trabalho final de curso de graduação, mantém o sentido etimológico: monografia. Todavia, em muitas universidades e faculdades, tem-se substituído o termo por Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), Trabalho de Graduação Interdisciplinar (TGI) ou Trabalho Final de Graduação (TFG), entre outros. Na conclusão do curso de mestrado, a monografia é denominada dissertação. Já para a conclusão do doutorado, recebe o nome de tese. O grau de originalidade, profundidade, extensão e metodologia utilizado na monografia, dependerá do grau acadêmico que se pretende obter. Geralmente as universidades e faculdades estabelecem critérios e/ou normas para cada grau: graduação, especialização, mestrado e doutorado. Há grande discussão de diversos autores sobre as características que diferenciam a monografia, a dissertação e a tese (RODRIGUES, 2006, p. 191), porém, vamos nos deter à monografia. Esta é o resultado final do trabalho da pesquisa realizada para este fim. O texto monográfico é organizado por segmentos que se subdividem em três níveis hierárquicos: bloco, parte (divisão do bloco) e subparte (divisão da parte). Os blocos são: pré-textual, textual e pós-textual.
 RECORTE TEMÁTICO - O momento da escolha do tema para uma monografia é o mais estressante do curso, pois ocasiona o aparecimento do medo de errar. O maior problema está (na maioria dos casos) na falta de leitura, o que gera ausência de conhecimento lato sobre a temática. Por isso recomenda-se que inicialmente escolha-se um assunto e se vá à biblioteca pesquisá-lo. Busca-se a literatura geral nas fichas catalogadas, por assunto. Inicia-se então a seleção da literatura: autores conhecidos ou já referenciados em estudos anteriores, editoras reconhecidas, publicações mais atuais, publicações mais antigas, etc. Vem a segunda etapa seletiva: leitura panorâmica de cada livro – orelha, sumário, apresentação e / ou
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introdução. Os acréscimos virão com as indicações que os autores selecionados apresentam. E, para ampliar a pesquisa, buscam-se na biblioteca referências adicionais.
QUADRO III – ELEMENTOS DA MONOGRAFIA6
BLOCO
PARTE
SUBPARTE
Obs.
PRÉ-
TEXTUAL
Capa
Lombada
Folha de rosto
Errata
Termo (ou folha) de aprovação
Epígrafe
Dedicatória
Agradecimentos
Resumo na língua vernácula
Resumo em língua estrangeira
Lista de ilustrações
Lista de tabelas
Lista de abreviaturas e siglas
Lista de símbolos
Índice de figuras
Índice de quadros
Sumário
obrigatório
opcional
obrigatório
opcional
obrigatório
opcional
opcional
opcional/condicional
obrigatório
obrigatório
opcional
opcional
opcional
opcional
opcional/condicional
opcional
obrigatório
TEXTUAL
Introdução
Corpo do texto
Conclusões (ou considerações
finais)
Partes e ou/
Capítulos
obrigatório
obrigatório
obrigatório
obrigatório
PÓS-
TEXTUAL
Referências
Glossário
Apêndices
Anexos
Índice
Folha em branco
Anexos
obrigatório
opcional
opcional
opcional
opcional
obrigatória
6 DIEZ e HORN, 2.004.
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FIGURA 1 – CAPA
NOME DA UNIVERSIDADE
NOME DO CURSO
TÍTULO DO TRABALHO
Local
Data
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ERRATA – A errata é um elemento opcional, é utilizada para correção de informação e deve ser inserida logo após a folha de rosto. Esta contém os elementos : número da folha, número da linha, onde se lê, leia-se. A palavra errata tem fonte 16.
FIGURA 2 – FOLHA DE ROSTO
FIGURA 2 – EXEMPLO DE FOLHA
NOME DO ALUNO
TÍTULO DO TRABALHO
Monografia apresentada ao Curso de Pedagogia da Faculdade Teofilopedagógica do Maranhão como um dos pré-requisitos para obtenção do Grau de Licenciatura em Pedagogia.
Orientador: Profa. Dra........... MDias.
Local
Data
METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO – Professora Ms. Maria José
Brandão Ramos
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FIGURA 3 – TERMO DE APROVAÇÃO
TERMO DE APROVAÇÃO
NOME DO ALUNO
TÍTULO DO TRABALHO
Monografia apresentada ao Curso de Pedagogia da Faculdade Teofiopedagógica do Maranhão, como um dos pré-requisitos para obtenção do Grau de Licenciatura Plena em Pedagogia.
Aprovado em---------------------------------------------
Banca Examinadora
Prof. Dr. Álvaro Xxxxxxxx Xxx
Departamento de Filosofia, UFPR
Profa. Drª Xxxxxxx Xxxxx
Departamento de Comunicação, UFPR
Orientador:
Prof. Dr. Xxxxxxxx Xxxxxxx
Departamento de Ciências Sociais, UFPR
Local
Data
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EPÍGRAFE - Frase de autoria própria ou retirada da literatura, que deve cumprir duas funções: estética – revela a sensibilidade e o zelo do autor em relação à temática; comunicativa – apresenta-se como dístico, mote ou mensagem-síntese que o autor deseja emitir sobre a questão para divulgar sua visão sobre a temática. O texto deve ser disposto no canto direito inferior da página em direção à margem esquerda.
FIGURA 4 – EPÍGRAFE
A Questão que se Coloca...
O que é grave
É sabermos
que atrás da ordem deste mundo
existe uma outra
Que outra?
Não o sabemos.
O número e a ordem de
suposições
possíveis
neste campo
é precisamente
o infinito!
Artand
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DEDICATÓRIA - O autor do trabalho presta alguma homenagem ou dedica o seu trabalho a alguém.
FIGURA 5 - DEDICATÓRIA
Dedico o esforço dispendido neste estudo...
...ao querido companheiro de todas as horas, Chartes, e aos amados filhos Edu e Aline.
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FIGURA 6 – AGRADECIMENTOS
AGRADECIMENTOS
Quantas graças de tantos recebi!
Ofertaram-me conhecimento, sabedoria, estima, respeito, amizade, incentivo, companheirismo... Tantas dádivas, que contá-las é impossível; de tantos, que nomeá-los seria tarefa inexeqüível. Assim, reconhecendo a prodigalidade de professores, amigos e parentes, registro aqui o meu agradecimento a todos, escolhendo como seus representantes os que institucionalmente estiveram mais próximos nessa trajetória de estudo.
Professores:
Dr. Xxxxxx Xxxxxxxx
Dra. Xxxxxx Drxxxxx
Prfa. Xxxxxxxx Xxxxxx
Funcionários:
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxx
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SUMÁRIO - O sumário é uma listagem dos títulos dos elementos posteriores a ele, que compõem a sistematização. Nessa lista os títulos devem constar segundo a seqüência em que se encontram no trabalho, indicando os números de página onde começam. As subordinações entre os vários segmentos são evidenciadas pela formatação e disposição dos indicadores. Havendo mais de um volume, em cada um deve constar o sumário completo do trabalho.
FIGURA 7 – SUMÁRIO
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 02
2 CONTEXTO GLOBAL 03
2. 1 A Questão Mundial 18
2. 2 A Questão Brasileira 35
2. 2 1 Agravantes Econômicos 45
3 TEORIAS CLÁSSICAS 50
4 TEORIAS INOVADORAS 61
5 PESQUISA EMPÍRICA 70
6 METODOLOGIA 71
7 RESULTADOS 74
8 CONCLUSÕES 91
REFERÊNCIAS 96
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LISTA DE FIGURAS - Se contiver no trabalho mais de duas figuras, estas
devem ser numeradas no interior do mesmo e listadas neste espaço, na ordem em que aparecem no texto. Para cada uma deve constar o seu número, legenda e página onde se encontra.
LISTA DE QUADROS - Aqui se usa o mesmo critério para a lista de figuras.
ABREVIATURAS - Aqui se ordena todas as abreviaturas ou siglas, alfabeticamente, seguida de seus respectivos significados.
RESUMO - O resumo é uma síntese dos pontos mais importantes do texto. Sua linguagem deve ser clara, concisa e direta. Deve-se ressaltar o objetivo do trabalho, o resultado e as suas conclusões, sem esquecer o método e a técnica empregados na sua elaboração. O resumo é composto em, no máximo, uma página contendo no mínimo 10 linhas7. O texto deve ser contínuo, sem parágrafos. Aconselha-se, para melhor elaborar um resumo, transformar o sumário em um texto, pois assim todos os aspectos importantes do trabalho serão contemplados, mas não haverá excessos. O resumo o é verdadeiramente quando se pensa em um re-sumo (um sumo do sumo); em uma re-essência (a essência duas vezes concentrada). A escrita do resumo deve ser objetiva e expressar densamente a totalidade do trabalho.
7 RODRIGUES, 2006 diz: “O resumo é redigido em único parágrafo, não ultrapassando 500 palavras; logo a seguir, o autor deve relacionar as palavras representativas do conteúdo do trabalho, ou seja, as palavras-chave. Essas, conforme a NBR 6022/2003, da ABNT, as palavras-chave devem ser colocadas logo após o resumo, antecedidas da expressão ‘Palavras-chave’. Elas devem ser separadas entre si por ponto e finalizadas também por ponto.”
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FIGURA 8 – RESUMO8
8 DIEZ e HORN, 2004.
RESUMO
Este trabalho de instrumentalização da pesquisa acadêmica tece considerações teórico-metodológicas sobre a pesquisa e identifica a relação pesquisa-ensino na produção do conhecimento. Indicando o caminho para a construção do texto monográfico, arrola e define os tipos mais utilizados de pesquisa. Visando fornecer orientações técnicas para elaboração do trabalho monográfico, trata da revisão de literatura, da escolha do tema de pesquisa e sugere modalidades de leitura e registro. Para viabilizar o encaminhamento do projeto, esclarece as categorias que o compõem: Tema, Problematização, Objetivos, Justificativa, Revisão de leitura, Metodologia, Cronograma e Referências. Com relação à monografia, especifica sua estrutura distinguindo os elementos obrigatórios dos opcionais e aloca estes elementos em três grandes blocos: pré-textual, textual e pós-textual. Finalmente, busca clarificar as normas técnicas para apresentação, referenciação e apresentações gráficas.
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INTRODUÇÃO - A introdução somente deve ser redigida após o corpo do texto e as conclusões, porque aí já se incorporou todo o conteúdo do trabalho para se fazer uma síntese do que consta nele. Elementos constantes da introdução: objeto do estudo, objetivo, a questão (ou questões) que gerou a pesquisa, relevância do trabalho, principais autores que o embasaram, como foi elaborada a sistematização e a descrição sucinta de cada capítulo.
CORPO DO TEXTO (ou desenvolvimento) - Esta parte é a mais extensa da monografia e é composta de:
a) reorganização da revisão de literatura;
b) análise da mesma;
c) reflexões sobre a prática pedagógica, respaldada nos autores estudados;
d) relato de pesquisa empírica – quando esta foi realizada.
O corpo do texto deve ser organizado em: partes – subdividas em capítulos – ou apenas em capítulos. Os capítulos podem ser segmentados. Todos os segmentos devem ser numerados em seqüência hierárquica, a ponto de explicitar as pertinências – sistema chamado de numeração progressiva. Essa numeração é feita com a série natural dos números inteiros, a partir de um (1) pela ordem de sua colocação no respectivo capítulo. Vale lembrar que, tanto o número excessivo, quanto o número insuficiente de capítulos, deve ser evitado no texto, pois a disparidade de quantidade entre os mesmos pode demonstrar desorganização, ou falha de pesquisa, etc. Torna-se interessante que haja um capítulo (último capítulo) de análise crítica, com a visão do pesquisador sobre os autores lidos e / ou a reflexão sobre as práticas pedagógicas vivenciadas em relação aos conteúdos estudados.
CONCLUSÕES (OU CONSIDERAÇÕES FINAIS)9 - Seus fundamentos: resultados e discussão; Inferências: em relação aos conteúdos abordados em correspondência com os objetivos propostos, referindo-se, então, à introdução e ao início do trabalho. (...) Ao se fazer esta parte da monografia, um certo fechamento do texto, não se deve ter – nem mostrar – qualquer pretensão de verdade. É mais produtiva a humildade acadêmica que reconhece ter alcançado apenas mais um ‘horizonte em fuga’, rejubilando-se pela travessia efetuada e, principalmente, pelas novas perspectivas fugidias cujo vislumbre incita a continuidade da investigação para o stricto sensu.(DIEZ e HORN).
BLOCO PÓS-TEXTUAL - São as partes que vêm após o texto.
ANEXOS E APÊNDICES – Os anexos fazem parte do texto, mas vêm em anexo para evitar descontinuidade na seqüência lógica das idéias; são suportes elucidativos e
9 RODRIGUES, 2006, denomina esta parte apenas de ‘conclusão’; e diz: “A conclusão deve ser breve e apresentar a síntese dos resultados. Não deve conter qualquer elemento novo não discutido na parte do desenvolvimento. Atualmente, porém, têm-se solicitado sugestões, ao autor, para a solução da problemática, principalmente quando a pesquisa refere-se a fenômenos sociais”.
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ilustrativos para a compreensão do texto. Os apêndices são também suportes elucidativos e ilustrativos, mas não são essenciais à compreensão do texto. Ao citá-los no texto deve-se fazê-lo entre parênteses. (...) o apêndice corresponde a documentos complementares, pertencentes ao autor do trabalho, que servem de fundamentação, comprovação ou mesmo ilustram o trabalho , como fotografias, folders, instrumentos de entrevistas, desenhos, figuras, quadros, tabelas, mapas, etc. e são identificados por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos respectivos títulos. O anexo corresponde a documentos complementares, pertencentes a terceiros, que servem de fundamentação, comprovação ou mesmo ilustram o trabalho, como fotografias, folders, figuras, gráficos, quadro, mapas, etc. e são também identificados por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos respectivos títulos. Quando esgotadas as 23 letras do alfabeto, utilizam-se letras maiúsculas dobradas. (RODRIGUES, 2006).
GLOSSÁRIO - Listagem das palavras (encontradas no texto) pouco conhecidas, de sentido obscuro, de uso muito restrito, acompanhadas de definição.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS - As referências bibliográficas são uma listagem, em ordem alfabética rigorosa, dos documentos e das obras pesquisados: sobrenome do autor, nome, título da obra, edição, local, editora data.
LIVROS – ‘Com mais de um autor’ – separa-se os autores por ponto e vírgula. ‘Traduzido’ – depois do subtítulo, coloca-se a abreviatura de traduzido (Trad.) e em seguida o nome do autor que o traduziu.
REVISTAS - Sobrenome do autor, nome, título do artigo, nome da revista, cidade, edição ou número, data, página.
JORNAIS - Sobrenome do autor, nome, título do artigo, nome do jornal, cidade, data, ano página.
MONOGRAFIAS, DISSERTAÇÕES E TESES - Sobrenome do autor, nome, título da Monografia (dissertação ou tese), curso, instituição, local, ano.
DOCUMENTOS OFICIAIS, PUBLICAÇÕES EM ENTIDADES COLETIVAS E ÓRGÃOS PÚBLICOS - País (ou Estado, ou Município), órgão, repartição, título do documento, local da publicação, editora, ano.
INTERNET - Sobrenome do autor, nome, título, endereço da página, data.
APOSTILAS - Sobrenome do autor, nome, título, local, data, local da apresentação.
NORMAS TÉCNICAS PARA APRESENTAÇÃO - A seguir, algumas orientações gerais – ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas):
CITAÇÕES E REFERÊNCIAS - Referenciar o texto mostra a probidade do autor e a adequação do trabalho às exigências da graduação, especialização e pós-graduação. A probidade significa não plagiar; atribuir as elaborações aos autores que as criaram. O texto, quanto mais referenciado, mais importância adquire. Vale lembrar que todos os autores referenciados no texto devem constar de uma lista de referências. As citações
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podem ser curtas (menos de cinco linhas) e longas (mais de cinco linhas); diretas ou indiretas; de fonte escrita ou oral; e ainda, citação de citação. A citação direta é a transcrição textual dos conceitos do autor consultado. A citação indireta é aquela feita de modo não literal. Citação de citação, corresponde a uma citação, direta ou indireta, de um texto a que não se teve acesso ao original, mas do qual se obteve conhecimento por meio de citação em outro trabalho. A citação direta de até três linhas, pode ser inserida no próprio parágrafo, entre aspas. Se o texto que está sendo transcrito já contém aspas, estas deverão ser transformadas em aspas simples. Quando a citação direta for com mais de três linhas, deve ser colocada em parágrafo separado, com tamanho de letra menor que as letras utilizadas no texto, espaço simples de entrelinhas a 4 cm da margem esquerda do texto e pratica-se dois espaços entre os parágrafos anterior e posterior. Quando a citação for de fonte oral (palestras, debates, comunicações, etc.), deve-se indicar entre parênteses a expressão “informação verbal”, mencionando-se os dados disponíveis, somente em notas de rodapé (NBR 10520/2002).
NOTAS DE RODAPÉ - Espaço utilizado para notas explicativas do texto – notas de conteúdos, que são colocadas no rodapé, para que a escrita principal do texto torne-se mais objetiva.
APRESENTAÇÃO GRÁFICA:
CAPA - Capa dura deve ter o conteúdo impresso em letras douradas. O tipo de letra é o ARIAL e o tamanho máximo da fonte é 16. A lombada da encadernação deverá conter a sigla da instituição e o título (seguido de reticências se for mais extenso que a lombada) da monografia.
PAPEL - Deve ser branco, de formato A4 (21,0cm x 29,7cm).
MARGENS E ESPAÇAMENTO (entrelinhas):
Superior 3,0cm;
Inferior 2,0cm10
Esquerda 3,0cm;
Direita 2,0cm.
Todo o texto deve ser digitado com espaço duplo (ou 1,5), exceto as citações com ,mais de três linhas, as notas de rodapé, as referências, as legendas das ilustrações e tabelas que deverão ser digitadas com espaço simples. As referências, ao final do trabalho, deverão ser separadas por espaço duplo.
ESCRITA - Recomenda-se a expressão impessoal, como por exemplo: “... pesquisou-se a temática...” ou “ a temática foi pesquisada...”. “Infere-se”; “apresenta-se o relato”; etc. Deve-se utilizar para a escrita somente um lado da folha. As fontes usadas, conforme as NORMAS, são:Times, ou Arial, tamanho 12.
ASPAS - Utilizadas apenas para citações com menos de cinco linhas. Usar ‘aspas simples’ ou negrito em palavras que se quer enfatizar.
10 Alguns autores divergem nessas medidas; por exemplo, DIEZ e HORN sugerem 2,7cm para a margem inferior. Em casos de dúvidas, a instituição e/ou o professor orientador. decidem.
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NEGRITO - Destaca títulos e subtítulos mais importantes; dá ênfase a palavras ou expressões.
ITÁLICO - Deverá ser usado exclusivamente para palavras e expressões de outras línguas.
PAGINAÇÃO - Todas as páginas do trabalho, a partir da folha de rosto devem ser numeradas, a numeração, porém, só deverá ser colocada a partir da primeira folha da parte textual. Os números devem ser colocados no canto superior direito da página.
ILUSTRAÇÕES - Ilustrações são: gráficos, figuras, mapas, fotos, fluxogramas, fórmulas, quadros, tabelas. Quanto à tabela, é obrigatória a indicação de sua fonte, quando não for elaborada pelo autor. E deve ser aberta nas laterais. Quando ela ocupar mais de uma página não deverá ser delimitada na parte inferior repetindo-se o cabeçalho na página seguinte. Qualquer ilustração apresentada deve ter menção ao seu conteúdo.
RECURSOS DO LATIM E ABREVIATURAS - Exemplos:
Apud (junto a, em) ou in (em) – indica citação de um autor encontrada em texto de outro autor;
cf. – confer, compare, confira;
sic – significa “assim” , usa-se entre parênteses para ironizar ou mostrar discordância a vocábulos ou frases de uso comum ou de autores;
ibid. – ibidem, da mesma obra;
id. (Idem) – o mesmo autor, referido anteriormente
passim – aqui e ali, em diversas passagens da obra.
inf. ou infra – baixo;
supra - acima;
loc. cit. ou loco citado – no lugar citado;
op. cit. ou opere citado – na obra citada;
seq. ou sequentia – seguinte ou que segue;
s. l. ou sine loco – sem referência de local;
s. n. ou sine nomine – sem referência de nome;
s. d. ou sine data – sem referência de data;
s. p. ou sine pagina – sem paginação ou sem referência de página.
Essas palavras ou expressões devem ser sempre escritas em itálico – por extenso no texto, abreviadamente para referenciar, entre parênteses ou colchetes.
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BIBLIOGRAFIA
ALVES, Rubem. O Que é Científico?. Psychiatry On-line Brazil (4) janeiro 1999 – http://www.polbr.med.br/arquivo/arquivo 99.htm
CERVO, A L; BERVIAN, P A Metodologia Científica. São Paulo : MecGraw-Hill, 1974.
DESCARTES, René. Discurso do Método, Regras Para a Direção do Espírito. Coleção a Obra Prima de Cada Autor. São Paulo. Martim Claret: 2005.
DIEZ, Carmem Lúcia Fornari; HORN, Geraldo Balduino. Orientações para Elaboração de Projetos e Monografias. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2.004.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo – SP: Editora Atlas S. A, 1991.
HORN, G.B. et al. Diretrizes para produção de trabalhos monográficos. Curitiba: FIES, 2.001.
ISKANDAR, Jamil Ibrahim. Normas da ABNT Comentadas para Trabalhos Científicos. 2ª ed. (ano 2003). Curitiba: Juruá, 2006. 96 p.
MICHAELIS. Moderno Dicionário da Língua Portuguesa. São Paulo: Melhoramentos, 2.002
QUEIROZ, Tânia Dias. Dicionário Prático de Pedagogia. São Paulo: Rideel, 2.003.
RODRIGUES, Metodologia Científica – completo e essencial para a vida universitária. São Paulo: Avercamp, 2.006.
SOARES, Evaldo. Metodologia do Trabalho Científico: lógica, epistemologia e normas. São Paulo: Atlas, 2.003.
SANTOS, Maria Marinho dos; SOUSA, Marlene Aparecida de; Machado, Rosa Helena Blanco; e ALMEIDA, Rosiléia Oliveira de. O Texto Científico: diretrizes para elaboração e apresentação. Salvador-Bahia: Quarteto, 2.001.
WANDERLEY, Luis Eduardo W. O que é universidade. São Paulo: Brasiliense, 1999.
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GLOSSÁRIO
Análise – a análise é a decomposição de um todo em suas partes, isto é, a fragmentação de um objeto em seus elementos constituintes. O objeto deve ser divido no menor número possível de partes, para que seja mais bem compreendido. É um processo metódico de tratamento do objeto em estudo que decompõe o todo em partes (Galliano, 1979. Apud Rodrigues, 2.006).
Anais – história de um povo contada ano por ano. Publicação periódica anual. Publicação referente aos atos e estudos de congressos científicos, literários ou de arte.
Axioma – princípio evidente que não precisa ser demonstrado.
Ciência – scientia (latim) – significa saber, conhecimento. A ciência é um saber constituído por um conjunto de aquisições intelectuais, cuja finalidade é propor uma explicação racional e objetiva da realidade (Japiassu e Marcondes). (...) a ciência consiste em um tipo de conhecimento racional, sistemático, objetivo, obtido metodicamente e capaz de ser submetido a verificação (RODRIGUES, 2.006).
Ceticismo – estado daquele que duvida de tudo. Doutrina filosófica na qual a verdade é algo inatingível, pois mesmo que ela existisse o ser humano seria incapaz de reconhecê-la. Por esse motivo, aqueles que defendem essa doutrina cultivam sempre a dúvida (QUEIROZ, 2.003). Concepção segundo a qual o conhecimento do real é impossível à razão humana (CORDI; SANTOS; BÓRIO; CORREA; VOLP; LAPORT; ARAÚJO; SCHLESENER; RIBEIRO; FLORIANI; JUSTINO, 2.000).
Compilação – reunião de textos (dados) sobre o mesmo assunto.
Conhecimento – saber que se adquire pela leitura e meditação; instrução, erudição, sabedoria; conjunto organizado de conhecimentos relativos a um determinado objeto, especialmente os obtidos mediante a observação, a experiência dos fatos e um método próprio; soma de conhecimentos práticos que servem a um determinado fim; a soma dos conhecimentos humanos considerados em conjunto; processo pelo qual o homem se relaciona com a natureza, visando à dominação dela em seu próprio benefício (Aurélio, 1986: 324).
Conhecimento científico – o conhecimento científico é um tipo de conhecimento racional, sistemático, metódico e objetivo que busca a veracidade dos fatos ou fenômenos, para além das aparências; diferente conhecimento filosófico, do conhecimento teológico e do conhecimento vulgar, o conhecimento científico constrói proposições ou hipóteses que podem ser testadas por experimentação. O conhecimento científico é aquele que é produzido pela investigação científica, por meio de seus métodos e de suas técnicas. Surge da necessidade de encontrar soluções para problemas propostos e do desejo de fornecer explicações que possam ser testadas e criticadas. A ciência busca o confronto da teoria com os dados empíricos.
Epistemologia – teoria ou ciência da origem, natureza e limites do conhecimento.
Fenomenologia – o termo foi provavelmente criado no século XVIII pelo filósofo J. H. Lambert (1728-1777), para designar o estudo descritivo do fenômeno tal qual ele se apresenta a nossa experiência. O método fenomenológico é o estudo dos fenômenos, em si mesmos, apreendendo sua essência, estrutura de sua significação.
Fonte primária – documentos que ainda não receberam tratamento analítico: fotografias, testamentos, manuscritos, atas parlamentares, registros de nascimento, gravações, leis, diários, registros de automóveis, etc.
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Fonte secundária – material já publicado: livros, revistas e artigos científicos.
Hipótese – suposição que se faz de alguma coisa possível ou não, e da qual se tiram as conseqüências a verificar; proposição ou conjunto de proposições que constituem o ponto de partida de uma demonstração, ou então uma explicação provisória de um fenômeno, devendo ser provada pela experimentação (Japiassu, 1986: 250).
Lei – relação necessária estabelecida entre dois acontecimentos. Lei científica – aquela que estabelece entre os fatos relações mensuráveis, universais e necessárias, autorizando a previsão (Japiassu, 1986: 252).
Lato sensu – Sentido lato, geral.
Método – o método estabelece o que fazer. Método vem de: meta (ao longo de), e hodós (via, caminho). É o percurso que se segue na investigação da verdade, a fim de se alcançar um fim determinado. Na ciência, o método consiste na estrutura racional que permite a formulação e verificação das hipóteses. O cientista busca compreender a realidade de maneira racional, por meio de métodos rigorosos que permitam alcançar um tipo de conhecimento sistemático, preciso e com a maior objetividade possível. Ao descobrir as relações universais e necessárias entre os fenômenos, ou seja, as leis naturais, pode prever acontecimentos e, conseqüentemente, também desenvolver a tecnologia (Aranha e Martins, 2.001). Pode-se definir método como caminho para se chegar a determinado fim. E método científico como o conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos adotados para se atingir o conhecimento (GIL, 1991). Um conjunto de procedimentos que o cientista utiliza na busca do saber. É um instrumento de trabalho da pesquisa científica. É um elemento, um instrumental, um arcabouço estrutural sobre o qual repousa qualquer conhecimento científico (RODRIGUES, 2.006).
Multimeios – Suportes de informação diferentes de livros, tais como: fitas cassetes, slides, filmes cinematográficos, gravações de vídeos, materiais iconográficos (gravuras e fotografias), materiais cartográficos, gravações de som, música impressa.
Neopositivismo – Movimento doutrinário do “Círculo de Viena”, fundado por Moritz Schlick, filósofo alemão (1882-1936), que se caracteriza pelo cientificismo, por ser expressamente antimetafísico, e que associa a tradição empirista ao formalismo lógico matemático. É também chamado positivismo lógico.
Paráfrase – citação curta e citação longa (DIEZ e HORN). Citação livre e indireta: é a reprodução de algumas idéias, sem que haja transcrição literal das palavras do autor consultado. Explicação ou tradução mais desenvolvida de um texto por meio de palavras diferentes das nele empregadas.
Senso comum – conhecimento vulgar ou popular.
Sui generis – expressão latina que significa: do seu gênero, peculiar, singular.Designa coisa ou qualidade que não apresenta analogia com nenhuma outra.
Sui júris – expressão latina que significa: do seu direito. Diz-se da pessoa livre, capaz de determinar-se, sem depender de outrem.
Stricto sensu – No sentido restrito.
Parricídio – homicídio praticado contra seu próprio pai:genocídio.
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Premissa (lógica) – cada uma das duas proposições, a maior e a menor de um silogismo, das quais se infere a conclusão. Premissa maior: a que contém o termo maior, isto é, o predicado da conclusão. Premissa menor: a que contém o termo menor, isto é, o sujeito da conclusão.
Resumo – resumir consiste em sistematizar as principais idéias de um texto de modo claro e conciso. Antes de resumir um texto, porém, é importante que o aluno o sublinhe e esquematize. Os principais tipos de resumo são:
Resumo indicativo ou descritivo (deve apresentar as principais idéias do texto, por meio de frases curtas, obedecendo aos seguintes procedimentos: redação do resumo com impessoalidade; apresentação em parágrafo único; contém referência – cabeçalho – e conteúdo do resumo).
Resumo informativo ou analítico (apresenta as idéias principais do texto; expõe a problemática do assunto, a idéia central, os objetivos, os procedimentos metodológicos, os argumentos, as demonstrações e a conclusão; é mais abrangente do que o indicativo, mas não permite opiniões e comentários do autor; e obedece aos seguintes procedimentos: redação do resumo com impessoalidade, apresentação em parágrafo único, e contém: cabeçalho, conteúdo do resumo e palavras-chave).
Resumo crítico (deve apresentar as mesmas informações do resumo informativo, permite opiniões e comentários do autor do resumo - sendo necessária a crítica sobre o texto estudado – e obedece aos seguintes procedimentos: redação do resumo com impessoalidade, cabeçalho e conteúdo do resumo, apresentação em parágrafo único).
Resenha (segue as mesmas informações do resumo crítico, todavia, deve-se colocar na introdução da resenha, a biografia ou as credenciais do autor. É um resumo crítico mais amplo, que comporta, na elaboração dos comentários, a utilização de opiniões de diversas autoridades científicas em relação à obra do autor estudado, e obedece aos seguintes procedimentos: redação da resenha com impessoalidade, não apresentar em parágrafo único, e contém cabeçalho e conteúdo do resumo). Na apresentação do resumo deve-se usar: papel branco A4 (21cm x 29,7); margens: 3cm – esquerda e superior, e 2cm direita e inferior; a digitação deve ser em preto, em tamanho 12, nas fontes: Times New Roman ou Arial; espaçamento simples no cabeçalho; 2 espaços duplos entre o cabeçalho e o conteúdo; espaço duplo no conteúdo; e 2 espaços duplos entre o conteúdo e as palavras-chave. Deve ainda conter uma capa com as seguintes indicações: nome da universidade, nome do departamento ou centro (se houver), nome do curso, nome da disciplina, tipo de trabalho, título, subtítulo (se houver), indicativo do aluno ou orientando, nome completo do aluno, indicativo do professor ou orientador com titulação, nome completo do professor, local e data.
Silogismo (Lógica) – argumento que consiste em três proposições: a primeira, chamada premissa maior; a segunda chamada premissa menor; e a terceira, chamada conclusão. Admitida a coerência das premissas, a conclusão se infere da maior por intermédio da menor. Ex: Todos os homens são mortais (premissa maior), eu sou um homem (premissa menor), logo, eu sou mortal (conclusão).
Técnica – a técnica é o como fazer; procedimento que operacionaliza o método; a forma de aplicação do método.
Teoria – conjunto de concepções sistematicamente organizadas; síntese geral que se propõe explicar um conjunto de fatos cujos subconjuntos foram explicados pelas leis (Severino, 1992: 126).
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FICHA DE AVALIAÇÃO
ESTRUTURA DO TRABALHO (2 PONTOS)
REDAÇÃO
(4 pontos)
CITAÇÕES
(2 pontos)
REFERÊNCIAS
(2 pontos)
ALUNO(A):-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
PROFESSOR(A):----------------------------------------------------------------------------------------------------
MÉDIA:------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
OBSERVAÇÃO:------------------------------------------------------------------------------------------------------
LOCAL E DATA:-----------------------------------------------------------------------------------------------------