Como Gerenciar o Tempo
Não é possível administrar o
tempo. O que nós conseguimos é administrar os eventos e as tarefas dentro do
tempo. Todo mundo tem o mesmo tempo disponível para realizar as tarefas do
negócio e da vida pessoal. Mas, então, por que algumas pessoas conseguem lidar
melhor com esses minutos que estão à sua disposição?
Administrar o tempo é muito mais
que uma questão de anotações, agendas, relógios, métodos e outros instrumentos.
Administrar o tempo está muito mais relacionado à visão que temos de mundo e do
que esperamos das nossas vidas. Então, a primeira pergunta que você precisa
responder é: Quais são meus sonhos? Depois, onde quero chegar? Em seguida, o
que estou fazendo com o meu tempo para alcançar esses objetivos? Responder essas perguntas é muito importante.
Afinal, se eu não sei o que fazer com o meu tempo, por que vou administrar?
Tendo essas questões em vista,
convido você a pensar um pouco sobe como você está utilizando o seu tempo. E
para isso nós vamos fazer uma atividade rápida. Vamos chamá-la de RODA DO
TEMPO.
Desenhe um círculo no papel que
irá representar a sua semana. Agora, eu convido você a dividir esse círculo
como se você tivesse dividindo uma pizza em vários pedaços. Cada um dos pedaços
irá corresponder a uma área da sua vida. E você vai escolher o tamanho do
pedaço conforme o tempo que você dedica para cada uma delas, em uma semana. As
áreas são as seguintes:
TRABALHO – quanto
tempo dedica ao seu negócio na semana? Nesse momento pense não somente no tempo
que você passa no negócio, mas sim, todos os momentos que você dedica para
resolver as questões do seu empreendimento, como: fazer contas, compras,
deslocamento, entre outros.
FAMÍLIA – agora
é hora de pensar em quanto tempo você está dedicando a sua casa e a sua
família, durante a semana. Pense nos momentos que dedica aos seus filhos, para
organizar a sua casa e no dia a dia da sua família.
ESPIRITUALIDADE – você
dedica algum tempo para fazer orações, meditações ou qualquer outra atividade?
Quanto tempo você dedica, na semana, para sua espiritualidade?
LAZER – quanto
tempo da sua semana você utiliza para se divertir?
SAÚDE –
quantas horas na semana você dorme? Você sabia que dormir também é cuidar da
sua saúde? Você faz exercício físico, vai ao médico? Quanto tempo da sua semana
você está dedicando para sua saúde?
RELACIONAMENTOS – quanto
tempo da sua semana você está utilizando para cuidar e aprofundar os seus
relacionamentos? Você tem dedicado tempo para estar com seu marido ou sua namorada?
Tem visto seus amigos? Relacionamentos são muito importantes para manter a
nossa área emocional equilibrada.
ESTUDOS – você
utiliza algum tempo da sua semana para estudar, se atualizar, aprender coisas
novas? Quanto tempo da sua semana você está utilizando para isso?
Agora preencha a sua RODA DO
TEMPO. Pronto. Olhe para a representação da sua semana. Tem alguma coisa aí que
lhe surpreendeu? Você mudaria alguma coisa na forma de distribuição do seu
tempo, na semana? Do jeito que você está distribuindo o seu tempo, você está
chegando mais próximo dos seus objetivos?
Para utilizar melhor o tempo em
nosso favor é preciso criar o hábito de cuidar do tempo: planejar e administrar
a sua utilização. É preciso cuidar e se esforçar para que essa administração se
torne um hábito e passe a fazer parte da sua vida e do seu dia a dia. Quando
não organizamos o nosso tempo, a primeira coisa que tiramos da nossa rotina é o
tempo que destinaríamos para nós mesmos.
PLANEJAMENTO EDUCACIONAL
O planejamento em educação pode ocorrer em diferentes
níveis, desde os sistemas de ensino, passando pelas unidades educativas, até o
trabalho do professor no cotidiano da sala de aula.
A história do homem é um reflexo do seu
pensar sobre o presente, passado e futuro. O homem pensa sobre o que fazer; o
que deixou de fazer; sobre o que está fazendo e o que pretende fazer. “O ato de
pensar não deixa de ser um verdadeiro ato de planejar” (MENEGOLLA; SANT'ANA,
2003, p. 15).
PLANEJAMENTO ESCOLAR
1 Na Visão de Libâneo
O
planejamento escolar é uma tarefa docente que inclui tanto a previsão das
atividades em termos de organização e coordenação em face dos objetivos
propostos, quanto a sua revisão e adequação no decorrer do processo de ensino.
O planejamento é um meio para programar as ações docentes, mas é também um
momento de pesquisa e reflexão intimamente ligado à avaliação.
Há três modalidades de planejamento, articulados entre si o plano da escola, o plano de ensino e o plano de aulas.
Há três modalidades de planejamento, articulados entre si o plano da escola, o plano de ensino e o plano de aulas.
A
importância do planejamento escolar
O
planejamento é um processo de racionalização, organização e coordenação da ação
docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social. A
escola, os professores e alunos são integrantes da dinâmica das relações
sociais; tudo o que acontece no meio escolar está atravessado por influências
econômicas, políticas e culturais que caracterizam a sociedade de classe. Isso
significa que os elementos do planejamento escolar -
objetivos-conteúdos-métodos – estão recheados de implicações sociais, têm um significado
genuinamente político. Por essa razão o planejamento, é uma atividade de
reflexão a cerca das nossas opções e ações; se não pensarmos didaticamente
sobre o rumo que devemos dar ao nosso trabalho, ficaremos entregues aos rumos
estabelecidos pelos interesses dominantes da sociedade.
O
planejamento tem assim as seguintes funções:
a)
Explicar os princípios, diretrizes e procedimentos do trabalho docente que
asseguram a articulação entre as tarefas da escola e as exigências do contexto
social e do processo de participação democrática.
b)
Expressar os vínculos entre o posicionamento filosófico, político-pedagógico e
profissional e as ações efetivas que o professor irá realizar na sala de aula,
através de objetivos, conteúdos, métodos e formas organizativas de ensino.
c)
Assegurar a racionalização, organização e coordenação do trabalho docente, de
modo que a previsão das ações docentes possibilite ao professor a realização de
um ensino de qualidade e evite a improvisação e a rotina.
d)
Prever objetivos, conteúdos e métodos a partir de consideração das exigências
postas pela realidade social, do nível de preparo e das condições
socioculturais e individuais dos alunos.
e)
Assegurar a unidade e a coerência do trabalho docente, uma vez que torna
possível inter-relacionar, num plano, os elementos que compõem o processo de
ensino: os objetivos (para que ensinar), os conteúdos (o que ensinar), os
alunos e suas possibilidades (a quem ensinar), os métodos e técnicas (como
ensinar) e avaliação que é intimamente relacionada aos demais.
f)
Atualizar os conteúdos do plano sempre que for preciso, aperfeiçoando-o em
relação aos progressos feitos no campo dos conhecimentos, adequando-os às
condições de aprendizagens dos alunos, aos métodos, técnicas e recursos de
ensino que vão sendo incorporados nas experiências do cotidiano.
g)
Facilitar a preparação das aulas: selecionar o material didático em tempo
hábil, saber que tarefas professor e alunos devem executar. Replanejar o
trabalho frente a novas situações que aparecem no decorrer das aulas.
Para
que os planos sejam efetivamente instrumentos para a ação, devem ser como guia
de orientação e devem apresentar ordem sequencial, objetividade, coerência,
flexibilidade.
O
plano é um guia para orientar o professor em suas ações educativas
O
plano é um guia de orientação, pois nele são estabelecidas as diretrizes e os
meios de realização do trabalho docente. Sua função é orientar a prática
partindo da exigência da própria prática.
O
plano deve ter uma ordem sequencial, progressiva. Para alcançar os objetivos,
são necessários vários passos, de modo que a ação docente obedeça a uma
sequencia lógica.
Por
objetividade entendemos a correspondência do plano com a realidade que se vai
aplicar. Não adianta fazer previsões fora das possibilidades humanas e
materiais da escola, fora das possibilidades dos alunos. Deve haver coerência
entre os objetivos gerais, objetivos específicos, os conteúdos, métodos e
avaliação. Coerência é relação que deve existir entre as ideias e a prática.
O
plano deve ter flexibilidade no decorrer do ano letivo, o professor está sempre
organizando e reorganizando o seu trabalho. Como já dissemos o plano é um guia
e não uma decisão inflexível.
Existem
pelo menos três níveis de planos: o plano da escola, o plano de ensino, o plano
de aula.
O
plano da escola é um documento mais global; expressa orientações gerais que
sintetizam, de um lado, as ligações da escola com o sistema escolar mais amplo
e, de outro, as ligações do projeto pedagógico da escola com os planos de
ensino propriamente ditos.
O
plano de ensino (ou plano de unidade) é a previsão dos objetivos e tarefas do
trabalho docente para o ano ou semestre; é um documento mais elaborado,
dividido por unidades sequenciais, no qual aparecem objetivos específicos,
conteúdos e desenvolvimento metodológicos.
O
plano de aula é a previsão do desenvolvimento do conteúdo para uma aula ou
conjunto de aulas e tem um caráter específico. O plano de aula é um
detalhamento do plano de ensino. As unidades e subunidades (tópicos) que foram
previstas em linhas gerais são agora especificadas e sistematizadas para uma
situação didática real. A preparação de aulas é uma tarefa indispensável e,
assim como o plano de ensino, deve resultar em um documento escrito que servirá
não só para orientar ações do professor como também para possibilitar
constantes revisões e aprimoramentos de ano para ano. Em todas as profissões o
aprimoramento profissional depende da acumulação de experiências conjugando a
prática e reflexão criteriosa sobre ela, tendo em vista uma prática
constantemente transformada para melhor.
Na
elaboração de um plano de aula, deve-se levar em consideração, em primeiro
lugar, que a aula é um período de tempo variável. Dificilmente completamos em
uma só aula o desenvolvimento de uma unidade ou tópico de unidade, pois o
processo de ensino e aprendizagem se compõe de uma sequencia articulada de
fases: preparação e apresentação de objetivos, conteúdos e tarefas;
desenvolvimento da mataria nova; consolidação (fixação, exercícios, recapitulação,
sistematização); aplicação, avaliação. Isso significa que devemos planejar não
uma aula, mas um conjunto de aulas.
Na
preparação de aulas, o professor deve reler os objetivos gerais da matéria e a
sequência de conteúdos do plano de ensino. Não pode esquecer que cada tópico
novo é uma continuidade do anterior; é necessário assim, considerar o nível de
preparação inicial dos alunos para a matéria nova.
Deve-se também, tomar o tópico da unidade a ser desenvolvido e desdobrá-lo numa
sequência lógica, na forma de conceitos, problemas, ideias. Trata-se de
organizar um conjunto de noções básicas em torno de uma ideia central, formando
um todo significativo que possibilite ao aluno percepção clara e coordenada do
assunto em questão. Ao mesmo tempo em que são listadas as noções, conceitos,
ideias e problemas, é feita a previsão do tempo necessário. A previsão do
tempo, nesta fase, ainda não é definitiva, pois poderá ser alterada no momento
de detalhar o desenvolvimento metodológico da aula.
Em
relação a cada tópico, o professor redigirá um ou mais objetivos específicos,
tendo em conta os resultados esperados na assimilação de conhecimentos e
habilidades (fatos, conceitos, ideias, relações, métodos e técnicas de estudo,
princípios e atitudes etc.). Estabelecer os objetivos é uma tarefa tão
importante que deles vão depender os métodos e procedimentos de transmissão e
assimilação dos conteúdos e as várias formas de avaliação (parciais e finais).
O
desenvolvimento metodológico será desdobrado nos seguintes itens, para cada
assunto novo:
1. preparação
e introdução do assunto;
2. desenvolvimento
e estudo ativo do assunto;
3. sistematização
e aplicação;
4. tarefas
de casa.
Em
cada um desses itens são indicados os métodos, procedimentos e materiais
didáticos, isto é, o que o professor e alunos farão para alcançar os objetivos.
Em cada um dos itens mencionados, o professor deve prever formas de verificação
do rendimento dos alunos. Precisa lembrar que a avaliação é feita no início (o
que o aluno sabe antes do desenvolvimento da matéria nova), durante e no final
de uma unidade didática. A avaliação deve conjugar várias formas de
verificação, podendo ser informal, para fins de diagnóstico e acompanhamento do
progresso dos alunos, formal para fins de atribuição de notas ou conceitos.
Os
momentos didáticos do desenvolvimento metodológico não são rígidos. Cada
momento terá duração de tempo de acordo com o conteúdo, com o nível de
assimilação dos alunos. Às vezes ocupar-se-á mais tempo com a exposição oral da
matéria, em outras, com o estudo da matéria. Outras vezes, ainda, tempo maior
pode ser dedicado a exercício de fixação e consolidação. Por exemplo, pode
acontecer que os alunos dominem perfeitamente os conhecimentos e habilidades
necessárias para enfrentar a matéria nova; nesse caso, a preparação e
introdução do tema pode ser mais breve. Entretanto, se os alunos não dispõem de
pré-requisitos bem consolidados, a decisão do professor deve ser outra,
gastando-se mais tempo para garantir uma base inicial de preparo através da
recapitulação, pré-testes de sondagem e exercícios.
No
desenvolvimento metodológico pode se destacar aulas com finalidades
específicas: aula de exposição oral da matéria, aula de discussão ou trabalho
em grupo, aula de estudo dirigido individual, aula de demonstração prática ou
estudo do meio, aula de exercícios, aula de recapitulação, aula de verificação
para avaliação.
O
professor consciencioso deverá fazer uma avaliação da própria aula. Sabemos que
o êxito dos alunos não depende unicamente do professor e do seu método de trabalho,
pois a situação docente envolve muitos fatores de natureza social, psicológica,
o clima geral da dinâmica da escola etc. Entretanto, o trabalho docente tem um
peso significativo ao proporcionar condições efetivas para o êxito escolar dos
alunos. Ao fazer a avaliação das aulas, convém ainda levantar questões como
estas:
1. Os
objetivos e conteúdos foram adequados à turma?
2. O
tempo de duração da aula foi adequado?
3. Os
métodos e técnicas de ensino foram variados e oportunos em suscitar a atividade
mental e prática dos alunos?
4. Foram
feitas verificações de aprendizagem no decorrer das aulas (informais e
formais)?
5. O
relacionamento professor-aluno foi satisfatório?
6. Houve
uma organização segura das atividades, de modo a ter garantido um clima de
trabalho favorável?
7. Os
alunos realmente consolidaram a aprendizagem da matéria, num grau suficiente
para introduzir matéria nova?
8. Foram
propiciadas tarefas de estudo ativo e independente dos alunos?
2 Na Visão de Vasconcelos (em
entrevista/NOVA ESCOLA)
Por
onde se deve começar um bom planejamento?
CELSO
VASCONCELLOS Depende muito da dinâmica dos grupos.
Existem três dimensões básicas que precisam ser consideradas no planejamento: a
realidade, a finalidade e o plano de ação. O plano de ação pode ser fruto da
tensão entre a realidade e a finalidade ou o desejo da equipe. Não importa
muito se você explicitou primeiro a realidade ou o desejo. Então, por exemplo,
não há problema algum em começar um planejamento sonhando, desde que depois
você tenha o momento da realidade, colocando os pés no chão. Em alguns casos,
se você começa o ano fazendo uma avaliação do ano anterior, o grupo pode ficar
desanimado - afinal, a realidade, infelizmente, de maneira geral, é muito
complicada, cheia de contradições. Às vezes, começar resgatando os sonhos, as
utopias, dependendo do grupo, pode ser mais proveitoso. O importante é que não
se percam essas três dimensões e, portanto, em algum momento, a avaliação, que
é o instrumento que aponta de fato qual é a realidade do trabalho, vai aparecer,
começando o planejamento por ela ou não.
É
possível realizar um processo de ensino e aprendizagem sem planejar?
VASCONCELLOS É impossível porque o planejamento é uma coisa inerente ao ser humano. Então, sempre temos algum plano, mesmo que não esteja sistematizado por escrito. Agora, quando falamos em processo de ensino e aprendizagem, estamos falando de algo muito sério, que precisa ser planejado, com qualidade e intencionalidade. Planejar é antecipar ações para atingir certos objetivos, que vêm de necessidades criadas por uma determinada realidade, e, sobretudo, agir de acordo com essas ideias antecipadas.
Em
alguns contextos, o planejamento ainda é encarado como um instrumento de
controle?
VASCONCELLOS
Sim, em algumas escolas e redes, ele ainda é um instrumento burocrático e
autoritário. Em um sistema autoritário, o planejamento é uma arma que se volta
contra o professor porque o que ele disser - ou alguém disser por ele - que vai
ser feito tem que ser cumprido. Caso contrário, ele foi incompetente. E, nem
sempre, conseguimos fazer o que planejamos. Por diversas razões, inclusive por
falha nossa, mas não unicamente por isso. No entanto, o movimento da sociedade
e o processo de redemocratização têm favorecido o conceito de planejamento como
real instrumento de trabalho e não como uma ferramenta de controle dos
professores.
Qual a relação entre o planejamento e o projeto político-pedagógico?
Qual a relação entre o planejamento e o projeto político-pedagógico?
VASCONCELLOS
Nesse processo de planejar as ações de ensino e aprendizagem, existem diversos
produtos, como o projeto político pedagógico, o projeto curricular, o projeto
de ensino e aprendizagem ou o projeto didático, que podem ou não estar
materializados em forma de documentos. O ideal é que estejam. Quando falamos do
planejamento anual das escolas, temos como referência o projeto político-
pedagógico.
É
possível fazer um planejamento sem conhecer o projeto político-pedagógico da
escola?
VASCONCELLOS Um
projeto, a escola sempre tem, mesmo que ele não esteja materializado em um
documento. Agora, o ideal é que esse projeto seja público e explicitado. Na
hora do planejamento anual, ele deve ser usado como algo vivo, como um
termômetro para toda a comunidade escolar saber se o trabalho que está sendo
planejado está se aproximando daqueles ideais políticos e pedagógicos ou não.
Como
evitar que o tempo dedicado ao planejamento anual seja desperdiçado?
VASCONCELLOS Nas
escolas, o coordenador pedagógico é o responsável por esse processo. É preciso
prever momentos específicos para cada tipo de assunto e ser firme na coordenação.
Às vezes, há uma tentação muito grande em ficar gastando tempo do planejamento
com problemas menores, administrativos ou burocráticos. Então, é muito
importante planejar o planejamento, reservando momentos específicos para cada
assunto, e ser rigoroso no cumprimento dessa organização. Ele precisa ser um
coordenador pedagógico forte, mas onde buscar apoio para se fortalecer? Em
alguns casos, há o apoio da direção, mas é muito importante que ele faça parte
de um grupo com outros profissionais no mesmo cargo para trocar experiências e
sentir que não está sozinho nesse trabalho.
Com
que frequência as ações do planejamento anual devem ser revistas pela equipe?
VASCONCELLOS
- Eu insisto muito na reunião pedagógica semanal. Na minha
opinião, esse encontro não deve ser por área, e sim com todos os professores
daquele ciclo, daquele período. Se todos os professores, por exemplo, do ciclo
II do Ensino Fundamental do período da manhã estão presentes no mesmo momento,
em um dia fixo da semana, no período da tarde, durante cerca de duas horas, o
coordenador pedagógico pode montar reuniões por área, ou por nível ou gerais,
conforme as necessidades. Esse momento de encontro é imprescindível para
planejar um trabalho de qualidade com coerência entre os professores. Além de
ser um momento de socialização. Existem professores que descobrem coisas
excelentes que vão morrer com ele porque não foram sistematizadas nem ele
compartilhou aquelas descobertas. E, na hora do planejamento, há a
possibilidade de reservar um momento para isso.
Existe
algum momento que deve ser planejado com mais cuidado?
VASCONCELLOS Sim, as primeiras aulas. Principalmente das séries iniciais. Existem estudos que mostram que a boa relação professor/aluno pode ser decidida nessas aulas. Há pesquisas que vão além e apontam os primeiros instantes da primeira aula como determinantes do sucesso da atividade docente. Então, se o professor tem de preparar bem todas as aulas, as primeiras precisam de mais cuidado. E não é só determinar os conteúdos a ser abordados, os objetivos a atingir e a metodologia mais adequada. E, sobretudo, se preparar, tornar-se disponível para aqueles alunos, acreditando na possibilidade do ensino e da aprendizagem, estando inteiramente presente naquela sala de aula, naquele momento.
VASCONCELLOS Sim, as primeiras aulas. Principalmente das séries iniciais. Existem estudos que mostram que a boa relação professor/aluno pode ser decidida nessas aulas. Há pesquisas que vão além e apontam os primeiros instantes da primeira aula como determinantes do sucesso da atividade docente. Então, se o professor tem de preparar bem todas as aulas, as primeiras precisam de mais cuidado. E não é só determinar os conteúdos a ser abordados, os objetivos a atingir e a metodologia mais adequada. E, sobretudo, se preparar, tornar-se disponível para aqueles alunos, acreditando na possibilidade do ensino e da aprendizagem, estando inteiramente presente naquela sala de aula, naquele momento.
3 Na Visão de Padilha
O
planejamento educacional deve ser contextualizado e responder às marcas e aos valores da sociedade para a qual é
realizado; é necessário, pois, uma
participação dialógica entre educador e educando.
4 Na Visão de Paulo Freire
Paulo Freire definiu a Escola Cidadã como “aquela que se
assume como um centro de direitos, como um centro de deveres. A formação se dá
dentro de um espaço de tempo. O que caracteriza a escola cidadã é uma formação
para a cidadania. A escola cidadã é a escola que viabiliza a cidadania de quem
está nela e de quem vem a ela. É uma
escola que, brigando para ser ela mesma, viabiliza ou luta para que os
educandos e educadores também sejam eles mesmos e, como ninguém pode ser só, a
escola cidadã é uma escola de comunidade, de companheirismo”.
Pensar em planejar a educação a partir da referida
cidadania ativa é parte essencial da reflexão sobre como realizar e organizar
todas as atividades no âmbito escolar e educacional, o que significa encarar de
frente os problemas dessa instituição e do sistema educacional como um todo.
Para a escola cidadã, há que se compreender as relações institucionais,
interpessoais e profissionais nela presentes, avaliando e ampliando a
participação de diferentes atores em sua administração, em sua gestão,
assumindo-a enquanto instância social de contradições propícias ao debate
construtivo e, sobretudo, enquanto entidade que tem por principal missão
propiciar a aprendizagem a crianças, jovens e adultos.
É por isso que, quando se fala em planejamento na escola
cidadã, essa questão está associada diretamente à questão da Gestão Democrática
do Ensino Público (Romão, 1997b:23-31). Realizar os diversos planos e
planejamentos educacionais e escolares, organizando a educação, significa
exercer uma atividade engajada, intencional, científica, de caráter político e
ideológico e isento de neutralidade. Dessa forma, planejar, em sentido
amplo, é um processo que visa dar respostas a um problema, estabelecendo fins e
meios que apontem para sua superação, de modo a atingir objetivos antes
previstos, pensando e prevendo necessariamente o futuro, mas sem desconsiderar
as condições do presente e as experiências do passado, levando em conta os
contextos e os pressupostos filosófico, cultural, econômico e político de quem
planeja e de com quem se planeja. O resultado desse processo será o de
influenciar e provocar transformações nas instâncias e nos níveis educacionais
que, historicamente, têm ditado o como, o porquê, o para quê, o quando e o onde
planejar. (Texto extraído de Planejamento Educacional na Perspectiva Cidadã).
O PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO (PPP)
O Projeto Político-Pedagógico é a identidade da escola; é
a alma da escola; é a vida da escola. Tanto Vasconcelos, como Padilha afirmam
isso. Padilha anda acrescenta que o Projeto Político-Pedagógico da escola, em
seu processo de elaboração, deve passar por várias etapas de construção
coletiva. Toda a comunidade escolar deve ser agente de construção nesse
processo. Por que isso?
Um projeto dessa estirpe deve ser construído desde a
historiografia da escola e da comunidade do seu entorno, as histórias de vidas
dos atores que compõem esse contexto. Os sonhos e as utopias dos alunos, dos
professores, dos pais dos alunos devem ser considerados como itens importantes
na elaboração desse documento.
Padilha aconselha que antes da elaboração do documento
seja feito um diagnóstico que ele o
chama de marco referencial e que dele sejam extraídas todas as informações
necessárias para a montagem do documento, que irá nortear as ações, as
diretrizes gerais do trabalho escolar.
Esse documento deve também ser construído com base nos
instrumentos legais que direcionam o sistema educacional brasileiro, como: a
Constituição de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei
9.394/96), as Diretrizes Curriculares Nacionais e os referenciais curriculares
por modalidade de ensino. Também a gestão da escola, professores e
coordenadores pedagógicos devem estudar os fundamentos da educação para melhor
se embasarem nas discussões e debates, que devem ser feitas durante o processo
de construção do Projeto.
As metas e objetivos traçados nesse documento devem dizer
da realidade e das necessidades da escola, considerando as suas dificuldades e
as suas possibilidades de avanço no que diz respeito ao desenvolvimento da
aprendizagem dos alunos e da sua formação como cidadãos de direitos.
O Brasil está, nesse momento, mobilizado pelo Movimento
de Construção da Base Nacional Comum Curricular. Esse evento também deve ser
considerado no processo de construção do Projeto Político-Pedagógico da Escola.
A BNCC (Base Nacional Comum Curricular) que está sendo validade pela sociedade
brasileira, vem trazendo os Direitos de Aprendizagem dos alunos, os quais devem
ser observados pelos sistemas de ensino e pelas escolas no momento dessa
construção.
As tarefas devem ser bem distribuídas entre os
componentes do coletivo partícipes da elaboração do documento, para que todos
se sintam valorizados e responsáveis pelos resultados do trabalho. Assim sendo,
todos participarão das vitórias e das derrotas (se houver) com consciência do
trabalho colaborativo.
OS
PLANOS EDUCACIONAIS
O Brasil tem hoje o alinhamento dos planos
educacionais. Temos o Plano Nacional de Educação (PNE), o Plano Estadual de Educação
(PEE) e o Plano Municipal de Educação (PME).REFERÊNCIAS
LIBÂNEO, José Carlos. Didática (Coleção Magistério 2º Grau.
Série Formação do Professor). São Paulo: Cortez, 1994
MENEGOLLA M. e SANT ’ANNA, I. L. Por
que planejar? Como planejar? Petrópolis-RJ: Vozes, 2001
MENEGOLLA M. e SANT ’ANNA, I. L. Por
que planejar? Como planejar? 13 ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 2003
PADILHA, Paulo Roberto. Planejamento dialógico:
como construir o projeto político-pedagógico da escola. 2 ed. São Paulo: Cortez;
Instituto Paulo Freire, 2002 – (Guia da Escola Cidadã, v. 7).
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