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Este blog tem por objetivo mostrar meu trabalho em sala de aula, trocar experiências com professores e alunos e receber sugestões metodológicas, exemplos de projetos pedagógicos, etc.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Planejamento Educacional



Como Gerenciar o Tempo

Não é possível administrar o tempo. O que nós conseguimos é administrar os eventos e as tarefas dentro do tempo. Todo mundo tem o mesmo tempo disponível para realizar as tarefas do negócio e da vida pessoal. Mas, então, por que algumas pessoas conseguem lidar melhor com esses minutos que estão à sua disposição? 

Administrar o tempo é muito mais que uma questão de anotações, agendas, relógios, métodos e outros instrumentos. Administrar o tempo está muito mais relacionado à visão que temos de mundo e do que esperamos das nossas vidas. Então, a primeira pergunta que você precisa responder é: Quais são meus sonhos? Depois, onde quero chegar? Em seguida, o que estou fazendo com o meu tempo para alcançar esses objetivos?  Responder essas perguntas é muito importante. Afinal, se eu não sei o que fazer com o meu tempo, por que vou administrar? 

Tendo essas questões em vista, convido você a pensar um pouco sobe como você está utilizando o seu tempo. E para isso nós vamos fazer uma atividade rápida. Vamos chamá-la de RODA DO TEMPO. 

Desenhe um círculo no papel que irá representar a sua semana. Agora, eu convido você a dividir esse círculo como se você tivesse dividindo uma pizza em vários pedaços. Cada um dos pedaços irá corresponder a uma área da sua vida. E você vai escolher o tamanho do pedaço conforme o tempo que você dedica para cada uma delas, em uma semana. As áreas são as seguintes:

TRABALHO – quanto tempo dedica ao seu negócio na semana? Nesse momento pense não somente no tempo que você passa no negócio, mas sim, todos os momentos que você dedica para resolver as questões do seu empreendimento, como: fazer contas, compras, deslocamento, entre outros. 

FAMÍLIA – agora é hora de pensar em quanto tempo você está dedicando a sua casa e a sua família, durante a semana. Pense nos momentos que dedica aos seus filhos, para organizar a sua casa e no dia a dia da sua família. 

ESPIRITUALIDADE – você dedica algum tempo para fazer orações, meditações ou qualquer outra atividade? Quanto tempo você dedica, na semana, para sua espiritualidade? 

LAZER – quanto tempo da sua semana você utiliza para se divertir?

SAÚDE – quantas horas na semana você dorme? Você sabia que dormir também é cuidar da sua saúde? Você faz exercício físico, vai ao médico? Quanto tempo da sua semana você está dedicando para sua saúde? 

RELACIONAMENTOS – quanto tempo da sua semana você está utilizando para cuidar e aprofundar os seus relacionamentos? Você tem dedicado tempo para estar com seu marido ou sua namorada? Tem visto seus amigos? Relacionamentos são muito importantes para manter a nossa área emocional equilibrada. 

ESTUDOS – você utiliza algum tempo da sua semana para estudar, se atualizar, aprender coisas novas? Quanto tempo da sua semana você está utilizando para isso? 

Agora preencha a sua RODA DO TEMPO. Pronto. Olhe para a representação da sua semana. Tem alguma coisa aí que lhe surpreendeu? Você mudaria alguma coisa na forma de distribuição do seu tempo, na semana? Do jeito que você está distribuindo o seu tempo, você está chegando mais próximo dos seus objetivos? 

Para utilizar melhor o tempo em nosso favor é preciso criar o hábito de cuidar do tempo: planejar e administrar a sua utilização. É preciso cuidar e se esforçar para que essa administração se torne um hábito e passe a fazer parte da sua vida e do seu dia a dia. Quando não organizamos o nosso tempo, a primeira coisa que tiramos da nossa rotina é o tempo que destinaríamos para nós mesmos. 

PLANEJAMENTO EDUCACIONAL 

O planejamento em educação pode ocorrer em diferentes níveis, desde os sistemas de ensino, passando pelas unidades educativas, até o trabalho do professor no cotidiano da sala de aula.

A história do homem é um reflexo do seu pensar sobre o presente, passado e futuro. O homem pensa sobre o que fazer; o que deixou de fazer; sobre o que está fazendo e o que pretende fazer. “O ato de pensar não deixa de ser um verdadeiro ato de planejar” (MENEGOLLA; SANT'ANA, 2003, p. 15).

PLANEJAMENTO ESCOLAR
1 Na Visão de Libâneo

O planejamento escolar é uma tarefa docente que inclui tanto a previsão das atividades em termos de organização e coordenação em face dos objetivos propostos, quanto a sua revisão e adequação no decorrer do processo de ensino. O planejamento é um meio para programar as ações docentes, mas é também um momento de pesquisa e reflexão intimamente ligado à avaliação.
Há três modalidades de planejamento, articulados entre si o plano da escola, o plano de ensino e o plano de aulas. 

A importância do planejamento escolar

O planejamento é um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social. A escola, os professores e alunos são integrantes da dinâmica das relações sociais; tudo o que acontece no meio escolar está atravessado por influências econômicas, políticas e culturais que caracterizam a sociedade de classe. Isso significa que os elementos do planejamento escolar - objetivos-conteúdos-métodos – estão recheados de implicações sociais, têm um significado genuinamente político. Por essa razão o planejamento, é uma atividade de reflexão a cerca das nossas opções e ações; se não pensarmos didaticamente sobre o rumo que devemos dar ao nosso trabalho, ficaremos entregues aos rumos estabelecidos pelos interesses dominantes da sociedade.

O planejamento tem assim as seguintes funções:

a) Explicar os princípios, diretrizes e procedimentos do trabalho docente que asseguram a articulação entre as tarefas da escola e as exigências do contexto social e do processo de participação democrática.
b) Expressar os vínculos entre o posicionamento filosófico, político-pedagógico e profissional e as ações efetivas que o professor irá realizar na sala de aula, através de objetivos, conteúdos, métodos e formas organizativas de ensino.
c) Assegurar a racionalização, organização e coordenação do trabalho docente, de modo que a previsão das ações docentes possibilite ao professor a realização de um ensino de qualidade e evite a improvisação e a rotina.
d) Prever objetivos, conteúdos e métodos a partir de consideração das exigências postas pela realidade social, do nível de preparo e das condições socioculturais e individuais dos alunos.
e) Assegurar a unidade e a coerência do trabalho docente, uma vez que torna possível inter-relacionar, num plano, os elementos que compõem o processo de ensino: os objetivos (para que ensinar), os conteúdos (o que ensinar), os alunos e suas possibilidades (a quem ensinar), os métodos e técnicas (como ensinar) e avaliação que é intimamente relacionada aos demais.
f) Atualizar os conteúdos do plano sempre que for preciso, aperfeiçoando-o em relação aos progressos feitos no campo dos conhecimentos, adequando-os às condições de aprendizagens dos alunos, aos métodos, técnicas e recursos de ensino que vão sendo incorporados nas experiências do cotidiano.
g) Facilitar a preparação das aulas: selecionar o material didático em tempo hábil, saber que tarefas professor e alunos devem executar. Replanejar o trabalho frente a novas situações que aparecem no decorrer das aulas.

Para que os planos sejam efetivamente instrumentos para a ação, devem ser como guia de orientação e devem apresentar ordem sequencial, objetividade, coerência, flexibilidade.

O plano é um guia para orientar o professor em suas ações educativas

O plano é um guia de orientação, pois nele são estabelecidas as diretrizes e os meios de realização do trabalho docente. Sua função é orientar a prática partindo da exigência da própria prática.

O plano deve ter uma ordem sequencial, progressiva. Para alcançar os objetivos, são necessários vários passos, de modo que a ação docente obedeça a uma sequencia lógica.
Por objetividade entendemos a correspondência do plano com a realidade que se vai aplicar. Não adianta fazer previsões fora das possibilidades humanas e materiais da escola, fora das possibilidades dos alunos. Deve haver coerência entre os objetivos gerais, objetivos específicos, os conteúdos, métodos e avaliação. Coerência é relação que deve existir entre as ideias e a prática.

O plano deve ter flexibilidade no decorrer do ano letivo, o professor está sempre organizando e reorganizando o seu trabalho. Como já dissemos o plano é um guia e não uma decisão inflexível.

Existem pelo menos três níveis de planos: o plano da escola, o plano de ensino, o plano de aula.

O plano da escola é um documento mais global; expressa orientações gerais que sintetizam, de um lado, as ligações da escola com o sistema escolar mais amplo e, de outro, as ligações do projeto pedagógico da escola com os planos de ensino propriamente ditos.

O plano de ensino (ou plano de unidade) é a previsão dos objetivos e tarefas do trabalho docente para o ano ou semestre; é um documento mais elaborado, dividido por unidades sequenciais, no qual aparecem objetivos específicos, conteúdos e desenvolvimento metodológicos.

O plano de aula é a previsão do desenvolvimento do conteúdo para uma aula ou conjunto de aulas e tem um caráter específico. O plano de aula é um detalhamento do plano de ensino. As unidades e subunidades (tópicos) que foram previstas em linhas gerais são agora especificadas e sistematizadas para uma situação didática real. A preparação de aulas é uma tarefa indispensável e, assim como o plano de ensino, deve resultar em um documento escrito que servirá não só para orientar ações do professor como também para possibilitar constantes revisões e aprimoramentos de ano para ano. Em todas as profissões o aprimoramento profissional depende da acumulação de experiências conjugando a prática e reflexão criteriosa sobre ela, tendo em vista uma prática constantemente transformada para melhor.

Na elaboração de um plano de aula, deve-se levar em consideração, em primeiro lugar, que a aula é um período de tempo variável. Dificilmente completamos em uma só aula o desenvolvimento de uma unidade ou tópico de unidade, pois o processo de ensino e aprendizagem se compõe de uma sequencia articulada de fases: preparação e apresentação de objetivos, conteúdos e tarefas; desenvolvimento da mataria nova; consolidação (fixação, exercícios, recapitulação, sistematização); aplicação, avaliação. Isso significa que devemos planejar não uma aula, mas um conjunto de aulas.

Na preparação de aulas, o professor deve reler os objetivos gerais da matéria e a sequência de conteúdos do plano de ensino. Não pode esquecer que cada tópico novo é uma continuidade do anterior; é necessário assim, considerar o nível de preparação inicial dos alunos para a matéria nova.

Deve-se também, tomar o tópico da unidade a ser desenvolvido e desdobrá-lo numa sequência lógica, na forma de conceitos, problemas, ideias. Trata-se de organizar um conjunto de noções básicas em torno de uma ideia central, formando um todo significativo que possibilite ao aluno percepção clara e coordenada do assunto em questão. Ao mesmo tempo em que são listadas as noções, conceitos, ideias e problemas, é feita a previsão do tempo necessário. A previsão do tempo, nesta fase, ainda não é definitiva, pois poderá ser alterada no momento de detalhar o desenvolvimento metodológico da aula.

Em relação a cada tópico, o professor redigirá um ou mais objetivos específicos, tendo em conta os resultados esperados na assimilação de conhecimentos e habilidades (fatos, conceitos, ideias, relações, métodos e técnicas de estudo, princípios e atitudes etc.). Estabelecer os objetivos é uma tarefa tão importante que deles vão depender os métodos e procedimentos de transmissão e assimilação dos conteúdos e as várias formas de avaliação (parciais e finais).

O desenvolvimento metodológico será desdobrado nos seguintes itens, para cada assunto novo:
1.    preparação e introdução do assunto;
2.    desenvolvimento e estudo ativo do assunto;
3.    sistematização e aplicação;
4.    tarefas de casa.
Em cada um desses itens são indicados os métodos, procedimentos e materiais didáticos, isto é, o que o professor e alunos farão para alcançar os objetivos. Em cada um dos itens mencionados, o professor deve prever formas de verificação do rendimento dos alunos. Precisa lembrar que a avaliação é feita no início (o que o aluno sabe antes do desenvolvimento da matéria nova), durante e no final de uma unidade didática. A avaliação deve conjugar várias formas de verificação, podendo ser informal, para fins de diagnóstico e acompanhamento do progresso dos alunos, formal para fins de atribuição de notas ou conceitos.

Os momentos didáticos do desenvolvimento metodológico não são rígidos. Cada momento terá duração de tempo de acordo com o conteúdo, com o nível de assimilação dos alunos. Às vezes ocupar-se-á mais tempo com a exposição oral da matéria, em outras, com o estudo da matéria. Outras vezes, ainda, tempo maior pode ser dedicado a exercício de fixação e consolidação. Por exemplo, pode acontecer que os alunos dominem perfeitamente os conhecimentos e habilidades necessárias para enfrentar a matéria nova; nesse caso, a preparação e introdução do tema pode ser mais breve. Entretanto, se os alunos não dispõem de pré-requisitos bem consolidados, a decisão do professor deve ser outra, gastando-se mais tempo para garantir uma base inicial de preparo através da recapitulação, pré-testes de sondagem e exercícios.

No desenvolvimento metodológico pode se destacar aulas com finalidades específicas: aula de exposição oral da matéria, aula de discussão ou trabalho em grupo, aula de estudo dirigido individual, aula de demonstração prática ou estudo do meio, aula de exercícios, aula de recapitulação, aula de verificação para avaliação.
O professor consciencioso deverá fazer uma avaliação da própria aula. Sabemos que o êxito dos alunos não depende unicamente do professor e do seu método de trabalho, pois a situação docente envolve muitos fatores de natureza social, psicológica, o clima geral da dinâmica da escola etc. Entretanto, o trabalho docente tem um peso significativo ao proporcionar condições efetivas para o êxito escolar dos alunos. Ao fazer a avaliação das aulas, convém ainda levantar questões como estas:
1.    Os objetivos e conteúdos foram adequados à turma?
2.    O tempo de duração da aula foi adequado?
3.    Os métodos e técnicas de ensino foram variados e oportunos em suscitar a atividade mental e prática dos alunos?
4.    Foram feitas verificações de aprendizagem no decorrer das aulas (informais e formais)?
5.    O relacionamento professor-aluno foi satisfatório?
6.    Houve uma organização segura das atividades, de modo a ter garantido um clima de trabalho favorável?
7.    Os alunos realmente consolidaram a aprendizagem da matéria, num grau suficiente para introduzir matéria nova?
8.    Foram propiciadas tarefas de estudo ativo e independente dos alunos?

2 Na Visão de Vasconcelos (em entrevista/NOVA ESCOLA)

Por onde se deve começar um bom planejamento?
 
CELSO VASCONCELLOS Depende muito da dinâmica dos grupos. Existem três dimensões básicas que precisam ser consideradas no planejamento: a realidade, a finalidade e o plano de ação. O plano de ação pode ser fruto da tensão entre a realidade e a finalidade ou o desejo da equipe. Não importa muito se você explicitou primeiro a realidade ou o desejo. Então, por exemplo, não há problema algum em começar um planejamento sonhando, desde que depois você tenha o momento da realidade, colocando os pés no chão. Em alguns casos, se você começa o ano fazendo uma avaliação do ano anterior, o grupo pode ficar desanimado - afinal, a realidade, infelizmente, de maneira geral, é muito complicada, cheia de contradições. Às vezes, começar resgatando os sonhos, as utopias, dependendo do grupo, pode ser mais proveitoso. O importante é que não se percam essas três dimensões e, portanto, em algum momento, a avaliação, que é o instrumento que aponta de fato qual é a realidade do trabalho, vai aparecer, começando o planejamento por ela ou não. 

É possível realizar um processo de ensino e aprendizagem sem planejar?

VASCONCELLOS É impossível porque o planejamento é uma coisa inerente ao ser humano. Então, sempre temos algum plano, mesmo que não esteja sistematizado por escrito. Agora, quando falamos em processo de ensino e aprendizagem, estamos falando de algo muito sério, que precisa ser planejado, com qualidade e intencionalidade. Planejar é antecipar ações para atingir certos objetivos, que vêm de necessidades criadas por uma determinada realidade, e, sobretudo, agir de acordo com essas ideias antecipadas. 

Em alguns contextos, o planejamento ainda é encarado como um instrumento de controle?

VASCONCELLOS Sim, em algumas escolas e redes, ele ainda é um instrumento burocrático e autoritário. Em um sistema autoritário, o planejamento é uma arma que se volta contra o professor porque o que ele disser - ou alguém disser por ele - que vai ser feito tem que ser cumprido. Caso contrário, ele foi incompetente. E, nem sempre, conseguimos fazer o que planejamos. Por diversas razões, inclusive por falha nossa, mas não unicamente por isso. No entanto, o movimento da sociedade e o processo de redemocratização têm favorecido o conceito de planejamento como real instrumento de trabalho e não como uma ferramenta de controle dos professores.

Qual a relação entre o planejamento e o projeto político-pedagógico?

VASCONCELLOS Nesse processo de planejar as ações de ensino e aprendizagem, existem diversos produtos, como o projeto político pedagógico, o projeto curricular, o projeto de ensino e aprendizagem ou o projeto didático, que podem ou não estar materializados em forma de documentos. O ideal é que estejam. Quando falamos do planejamento anual das escolas, temos como referência o projeto político- pedagógico. 

É possível fazer um planejamento sem conhecer o projeto político-pedagógico da escola?
VASCONCELLOS Um projeto, a escola sempre tem, mesmo que ele não esteja materializado em um documento. Agora, o ideal é que esse projeto seja público e explicitado. Na hora do planejamento anual, ele deve ser usado como algo vivo, como um termômetro para toda a comunidade escolar saber se o trabalho que está sendo planejado está se aproximando daqueles ideais políticos e pedagógicos ou não. 

Como evitar que o tempo dedicado ao planejamento anual seja desperdiçado?
VASCONCELLOS Nas escolas, o coordenador pedagógico é o responsável por esse processo. É preciso prever momentos específicos para cada tipo de assunto e ser firme na coordenação. Às vezes, há uma tentação muito grande em ficar gastando tempo do planejamento com problemas menores, administrativos ou burocráticos. Então, é muito importante planejar o planejamento, reservando momentos específicos para cada assunto, e ser rigoroso no cumprimento dessa organização. Ele precisa ser um coordenador pedagógico forte, mas onde buscar apoio para se fortalecer? Em alguns casos, há o apoio da direção, mas é muito importante que ele faça parte de um grupo com outros profissionais no mesmo cargo para trocar experiências e sentir que não está sozinho nesse trabalho. 

Com que frequência as ações do planejamento anual devem ser revistas pela equipe?
VASCONCELLOS - Eu insisto muito na reunião pedagógica semanal. Na minha opinião, esse encontro não deve ser por área, e sim com todos os professores daquele ciclo, daquele período. Se todos os professores, por exemplo, do ciclo II do Ensino Fundamental do período da manhã estão presentes no mesmo momento, em um dia fixo da semana, no período da tarde, durante cerca de duas horas, o coordenador pedagógico pode montar reuniões por área, ou por nível ou gerais, conforme as necessidades. Esse momento de encontro é imprescindível para planejar um trabalho de qualidade com coerência entre os professores. Além de ser um momento de socialização. Existem professores que descobrem coisas excelentes que vão morrer com ele porque não foram sistematizadas nem ele compartilhou aquelas descobertas. E, na hora do planejamento, há a possibilidade de reservar um momento para isso. 

Existe algum momento que deve ser planejado com mais cuidado?
VASCONCELLOS
Sim, as primeiras aulas. Principalmente das séries iniciais. Existem estudos que mostram que a boa relação professor/aluno pode ser decidida nessas aulas. Há pesquisas que vão além e apontam os primeiros instantes da primeira aula como determinantes do sucesso da atividade docente. Então, se o professor tem de preparar bem todas as aulas, as primeiras precisam de mais cuidado. E não é só determinar os conteúdos a ser abordados, os objetivos a atingir e a metodologia mais adequada. E, sobretudo, se preparar, tornar-se disponível para aqueles alunos, acreditando na possibilidade do ensino e da aprendizagem, estando inteiramente presente naquela sala de aula, naquele momento.
3 Na Visão de Padilha 

O planejamento educacional deve ser contextualizado e responder às marcas e aos valores da sociedade para a qual é realizado; é necessário, pois, uma participação dialógica entre educador e educando.
4 Na Visão de Paulo Freire

Paulo Freire definiu a Escola Cidadã como “aquela que se assume como um centro de direitos, como um centro de deveres. A formação se dá dentro de um espaço de tempo. O que caracteriza a escola cidadã é uma formação para a cidadania. A escola cidadã é a escola que viabiliza a cidadania de quem está nela e de quem vem a ela. É  uma escola que, brigando para ser ela mesma, viabiliza ou luta para que os educandos e educadores também sejam eles mesmos e, como ninguém pode ser só, a escola cidadã é uma escola de comunidade, de companheirismo”.

Pensar em planejar a educação a partir da referida cidadania ativa é parte essencial da reflexão sobre como realizar e organizar todas as atividades no âmbito escolar e educacional, o que significa encarar de frente os problemas dessa instituição e do sistema educacional como um todo. Para a escola cidadã, há que se compreender as relações institucionais, interpessoais e profissionais nela presentes, avaliando e ampliando a participação de diferentes atores em sua administração, em sua gestão, assumindo-a enquanto instância social de contradições propícias ao debate construtivo e, sobretudo, enquanto entidade que tem por principal missão propiciar a aprendizagem a crianças, jovens e adultos. 

É por isso que, quando se fala em planejamento na escola cidadã, essa questão está associada diretamente à questão da Gestão Democrática do Ensino Público (Romão, 1997b:23-31). Realizar os diversos planos e planejamentos educacionais e escolares, organizando a educação, significa exercer uma atividade engajada, intencional, científica, de caráter político e ideológico e isento de neutralidade. Dessa forma, planejar, em sentido amplo, é um processo que visa dar respostas a um problema, estabelecendo fins e meios que apontem para sua superação, de modo a atingir objetivos antes previstos, pensando e prevendo necessariamente o futuro, mas sem desconsiderar as condições do presente e as experiências do passado, levando em conta os contextos e os pressupostos filosófico, cultural, econômico e político de quem planeja e de com quem se planeja. O resultado desse processo será o de influenciar e provocar transformações nas instâncias e nos níveis educacionais que, historicamente, têm ditado o como, o porquê, o para quê, o quando e o onde planejar. (Texto extraído de Planejamento Educacional na Perspectiva Cidadã).

O PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO (PPP)

O Projeto Político-Pedagógico é a identidade da escola; é a alma da escola; é a vida da escola. Tanto Vasconcelos, como Padilha afirmam isso. Padilha anda acrescenta que o Projeto Político-Pedagógico da escola, em seu processo de elaboração, deve passar por várias etapas de construção coletiva. Toda a comunidade escolar deve ser agente de construção nesse processo. Por que isso?

Um projeto dessa estirpe deve ser construído desde a historiografia da escola e da comunidade do seu entorno, as histórias de vidas dos atores que compõem esse contexto. Os sonhos e as utopias dos alunos, dos professores, dos pais dos alunos devem ser considerados como itens importantes na elaboração desse documento.
Padilha aconselha que antes da elaboração do documento seja feito um diagnóstico  que ele o chama de marco referencial e que dele sejam extraídas todas as informações necessárias para a montagem do documento, que irá nortear as ações, as diretrizes gerais do trabalho escolar. 

Esse documento deve também ser construído com base nos instrumentos legais que direcionam o sistema educacional brasileiro, como: a Constituição de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96), as Diretrizes Curriculares Nacionais e os referenciais curriculares por modalidade de ensino. Também a gestão da escola, professores e coordenadores pedagógicos devem estudar os fundamentos da educação para melhor se embasarem nas discussões e debates, que devem ser feitas durante o processo de construção do Projeto. 

As metas e objetivos traçados nesse documento devem dizer da realidade e das necessidades da escola, considerando as suas dificuldades e as suas possibilidades de avanço no que diz respeito ao desenvolvimento da aprendizagem dos alunos e da sua formação como cidadãos de direitos. 

O Brasil está, nesse momento, mobilizado pelo Movimento de Construção da Base Nacional Comum Curricular. Esse evento também deve ser considerado no processo de construção do Projeto Político-Pedagógico da Escola. A BNCC (Base Nacional Comum Curricular) que está sendo validade pela sociedade brasileira, vem trazendo os Direitos de Aprendizagem dos alunos, os quais devem ser observados pelos sistemas de ensino e pelas escolas no momento dessa construção.

As tarefas devem ser bem distribuídas entre os componentes do coletivo partícipes da elaboração do documento, para que todos se sintam valorizados e responsáveis pelos resultados do trabalho. Assim sendo, todos participarão das vitórias e das derrotas (se houver) com consciência do trabalho colaborativo.

OS PLANOS EDUCACIONAIS
O Brasil tem hoje o alinhamento dos planos educacionais. Temos o Plano Nacional de Educação (PNE), o Plano Estadual de Educação (PEE) e o Plano Municipal de Educação (PME).

REFERÊNCIAS


LIBÂNEO, José Carlos. Didática (Coleção Magistério 2º Grau. Série Formação do Professor). São Paulo: Cortez, 1994

MENEGOLLA M. e SANT ’ANNA, I. L. Por que planejar? Como planejar? Petrópolis-RJ: Vozes, 2001

MENEGOLLA M. e SANT ’ANNA, I. L. Por que planejar? Como planejar? 13 ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 2003

PADILHA, Paulo Roberto. Planejamento dialógico: como construir o projeto político-pedagógico da escola. 2 ed. São Paulo: Cortez; Instituto Paulo Freire, 2002 – (Guia da Escola Cidadã, v. 7).

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