UNIVERSIDAD SAN LORENZO
FACULTAD DE EDUCACIÓN Y HUMANIDADES
Maestría en Ciencias de la Educación
O
COMPUTADOR E OUTRAS FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO MARANHÃO:
UMA BREVE ANÁLISE PROSPECTIVA
Maria
José Brandão Ramos[1]
UNIVERSIDAD SAN LORENZO
RESUMO
O Maranhão é rico por natureza, e multicultural, mas seu sistema
educacional ainda é lento, por ter herdado problemas educacionais de velhas
administrações e de antigas metodologias de ensino. Vive-se um momento de
transição, entre o obsoleto paradigma e o novo modelo de educação escolar. O
Governo Federal injeta recursos na educação básica, inclusive em computadores, mas
há problemas como computadores sem utilização nas escolas, ou por falta de autorização
para uso, ou por falta de pessoal habilitado para o trabalho. Apesar dos
recursos despendidos e dos laboratórios de informática, alunos saem do Ensino
Fundamental sem saber ler, escrever e calcular. Alunos que não aprendem os
conteúdos escolares aprendem com facilidade a informática quando manuseiam o
computador. Mas, é insignificante o número de escolas com ambientes virtuais de
aprendizagem funcionando por falta de computadores e de orientação. As novas
tecnologias precisam ser imediatamente inseridas, de forma efetiva, nas escolas.
Mas elas em si não bastam; precisa-se de políticas educacionais que atendam as
novas exigências da sociedade atual, boa gestão escolar e formação continuada
de professores no âmbito das novas tecnologias na educação, conjugadas às novas
metodologias.
Palavras-chave: Novas tecnologias.
Computador na escola. Hipertexto.
Conectivismo. Webquest.
RESUMEN
Maranhão es rica en naturaleza, y multicultural, pero su
sistema educativo sigue siendo lento, habiendo heredado los problemas de las
antiguas administraciones educativas y las metodologías de enseñanza antiguos.
Vivimos en una época de transición entre el viejo paradigma y el nuevo modelo
de enseñanza. El gobierno federal inyecta recursos en la educación básica,
incluyendo computadoras, pero hay problemas como los ordenadores utilizados en
las escuelas, o por falta de autorización para el uso o la falta de personal
calificado para el trabajo. A pesar de los recursos invertidos y laboratorios
de computación, los estudiantes salen de la escuela primaria sin saber leer,
escribir y calcular. Los estudiantes que no aprenden contenidos escolares
aprenden con facilidad el equipo cuando éste manejar. Pero, ¿es insignificante
número de escuelas con entornos virtuales de aprendizaje por falta de equipos
de trabajo y orientación. Las nuevas tecnologías deben insertarse
inmediatamente, de manera efectiva en las escuelas. Pero ellos mismos no son
suficientes, necesitamos políticas educativas que respondan a las nuevas
demandas de la sociedad actual, una buena gestión escolar y la educación
continua de los docentes en el contexto de las nuevas tecnologías en la
educación, junto con nuevas metodologías.
Palabras clave: Nuevas Tecnologías. De la Computación en
la escuela. Hipertexto. El conectivismo. Webquest.
1
INTRODUÇÃO
O
uso do computador na escola surgiu, no Maranhão, na década de 1990 nas escolas
privadas em forma de aulas de informática. As escolas competiam entre si na
ampliação de suas matrículas. Hoje, o uso do computador e de outras ferramentas
tecnológicas nas escolas públicas do Maranhão ainda é incipiente.
Surgem,
então, interrogações específicas como: 1) Os alunos e os professores das
escolas públicas do Maranhão utilizam o computador e outras ferramentas
tecnológicas? Fazem pesquisas, ou as aulas, em sua maioria, são expositivas? 2)
Os professores dessas escolas tem formação para orientar os alunos quanto ao
uso do computador e de outras ferramentas tecnológicas, como por exemplo, o
celular? 3) Alunos e professores interagem em ambiente virtual de aprendizagem
para complementação das atividades de sala de aula? 4) As escolas públicas do
Maranhão fazem uso sistemático das TICs (Tecnologias da Informação e da
Comunicação)?
As
hipóteses elaboradas foram: 1) A escola e os professores não estão preparados
para trabalhar o ensino e a aprendizagem com o auxílio do computador e de
outras ferramentas tecnológicas. Vem daí a falta de interesse dos alunos pelas
aulas; 2) O computador nas escolas públicas do Maranhão ainda é um instrumento
utilizado sem planejamento que contemple o estudo das disciplinas curriculares;
3) Parte das escolas públicas maranhenses ainda não possui laboratórios de
informática e parte deles já existentes ainda não funciona a contento.
A pesquisa foi norteada pelo
objetivo geral “Investigar a prática do uso do computador e das outras
ferramentas tecnológicas no aprendizado dos alunos do ensino fundamental, nas
escolas públicas do Maranhão”; e pelos objetivos específicos: 1) Identificar
dentre as teorias sobre as novas tecnologias aplicadas a educação, as ideias
compartilhadas e os revezes teóricos entre os diversos autores; 2) Demonstrar a
situação das escolas maranhenses de ensino fundamental quanto ao uso do
computador e de outras ferramentas tecnológicas na educação; 3) Observar a
postura do professor frente ao desafio de lidar com o computador no ensino e na
aprendizagem.
A revisão de literatura
oportunizou o estudo dos seguintes eixos: o computador e as outras ferramentas
tecnológicas na escola; a geração homo zappiens e a educação escolar; Conectivismo:
uma nova teoria da aprendizagem; letramento digital; os recursos didáticos e o novo
paradigma da educação; a sala de informática; a postura do professor frente ao
emergente paradigma da educação: o computador no ensino e na aprendizagem.
A pesquisa de campo teve como
universo o Município de Tutóia e como amostra 16 escolas das 22 que possuem
laboratórios de informática. Gestores, professores, alunos, pais de alunos e
técnicos de informática dessas escolas foram observados e responderam a questionários
e entrevistas. Além disso, foram realizadas palestras e mesas redondas sobre o
uso do computador e de outras ferramentas na escola, inclusive o celular.
2 O
COMPUTADOR E AS OUTRAS FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS NA ESCOLA
A
priori sabe-se que a aplicação das novas tecnologias à educação é um tema muito
polêmico e que divide opiniões a respeito. Para uma análise rebuscada sobre o
assunto fez-se necessário invocar teóricos de renome como: Valente (1993)[2] que,
dentre outras afirmativas coloca que “a entrada dos computadores na educação
acontece concomitantemente com a necessidade de repensar os rumos da escola e o
papel do professor”. E completa dizendo que “o computador pode ser um
importante recurso para promover a passagem da informação ao usuário ou
facilitar o processo de construção do conhecimento”.
É
lógico que neste momento de mudança se venha repensar o papel da escola e do
professor. Surgem então as interrogações: Que metodologias se devem utilizar
com o auxílio do computador no processo de ensino e de aprendizagem? Como
proporcionar essa formação ao professor sem que seja necessário o seu
afastamento de sala de aula? São estas as principais questões.
Vieira et.al (2003, p. 114 -118), complementando
Alonso (1999,p.18) sublinha que [...] é importante entender a escola como instituição e como
‘local privilegiado para a mudança’ (Alonso,1999,p.18) e para a formação. Também
afirma que “nas ações de formação devem se empregar todos os recursos
disponíveis, inclusive as TICs, objetivando a criação de comunidades
colaborativas que propiciem aos educadores a tecitura de suas próprias redes de
inter-relações humanas e de conhecimentos” (Ibidem). E aconselha “a formação
continuada a distância no seu próprio ambiente de trabalho, contanto que ela
seja contextualizada na realidade da escola” (Ibidem).
Levy (1993)[3], ao falar das tecnologias
da inteligência, sublinha que “existem três formas diferentes de conhecimento:
o conhecimento oral, o conhecimento escrito e o conhecimento digital”. Essa nova
classificação do conhecimento vem dizer para a escola, que ela, como
instituição especializada em ensinar, não pode jamais deixar de proporcionar o
conhecimento digital aos seus alunos, visto que esses educandos estão inseridos
na era da informática.
2.1
Tecnologias da Informação e da Comunicação na Educação
Com
o advento da revolução tecnológica tem-se uma sociedade muito diversa que
apresenta características muito diferentes das do passado. Nessa sociedade não
existe verdades absolutas, tudo é provisório, gerando situações permanentes de
incertezas. As soluções para os problemas terão de ser encontradas rapidamente.
Por isso as receitas do passado e velhos paradigmas de nada servem.
Há
o que se chamam hoje tecnologias de informação e comunicação. Essas tecnologias
foram inicialmente introduzidas na educação com a finalidade de informatizar as
atividades administrativas escolares, para agilizar o controle e a gestão
técnica, principalmente a oferta e demanda de vagas, e a vida escolar do aluno.
Depois começaram a entrar no ensino a na aprendizagem, mas sem integrar as
atividades de sala de aula, funcionando com maior frequência como uma
disciplina que tomou o nome de informática.
Esse
processo iniciou nas escolas da rede privada e não tinha muito sucesso, porque
não somava quase nada ao conhecimento dos alunos, pois não havia um
planejamento que levasse a uma aprendizagem significativa: as “salas de
informática” não continham computadores suficientes para atender os alunos
individualmente e o professor sempre se limitava a ensinar os alunos a ligar e
desligar a máquina, identificar as suas partes, e muito pouco mais.
No
Estado do Maranhão-Brasil, essa situação começou na década de 1990, nas maiores
escolas da rede privada, na Capital do Estado – cidade de São Luis. Mas,
surgiram em seguida, numa perspectiva mais inovadora, projetos extra-escolares,
desenvolvidos com a orientação de professores de sala de aula e apoiados por
professores encarregados da coordenação e facilitação no laboratório de
informática.
Atualmente
as TICs são usadas na formação de docentes para o uso pedagógico, o que é um
avanço em termos de formação continuada. Mas, no Brasil, é ainda um processo
incipiente, apesar do PROINFO (Programa Nacional de Tecnologia Educacional),
que já beneficiou parte dos professores com formação em serviço. Mesmo assim há
entraves como a falta de condições físicas, materiais e técnicas adequadas, e a
falta de conhecimento tecnológico dos dirigentes escolares, que não compreendem
a importância das TICs. na melhoria do processo de ensino e aprendizagem.
No
Maranhão computadores chagaram as escolas públicas das redes estadual e
municipal. As salas de informática foram construídas e equipadas, mas boa parte
delas está sem funcionar por falta de pessoal habilitado. Parte desses
equipamentos já está obsoleta e sem manutenção. Aos professores da rede
estadual foi oferecido um “Curso de Educação Digital” (PROINFO – Programa
Nacional de Tecnologia Educacional) em 2009, com duração apenas de 40 horas e o
mesmo foi oferecido aos das redes municipais no início de 2012 com carga
horária igual.
Também
foi oferecida aos professores municipais do Programa Escola Ativa (voltado para
a escola do campo - classes multisseriadas), uma formação intitulada: “O Uso
Pedagógico das Tecnologias de Informação e Comunicação nas Escolas do Campo”, com
carga horária de apenas 40 horas. É uma formação mais prática, pois utiliza o
Sistema Operacional Linux Educacional, que inclui atividades pedagógicas com o
uso do computador, com variados jogos educacionais nas disciplinas: Português,
Matemática, História, Geografia e Artes.
A
vantagem maior desse projeto é que insere as escolas do campo no contexto
tecnológico educacional. Mas, há desvantagens tais como: escolas inadequadas e
mal equipadas e gestões escolares descompromissadas com o desenvolvimento
tecnológico da educação. A aplicação dessas Novas Tecnologias nas escolas do
campo cairia como uma luva para alunos que vivem num ambiente de raríssimas
oportunidades. Isso contribuiria para a inclusão digital desses alunos e os
conduziria a hiperaprendizagem.
Esses
alunos passariam a se sentir iguais aos alunos das localidades urbanas. Seria
na realidade, o momento de se fazer valer o princípio maior da Constituição
Brasileira: “Todos os cidadãos são iguais e tem os mesmos direitos”. O Estado
estaria reconhecendo que o povo do campo tem direito de viver com dignidade,
sem sair do seu torrão para viver em condições sub-humanas nas cidades. Tudo
isso seria maravilhoso se o Estado assumisse verdadeiramente a sua
responsabilidade e equipasse todas as escolas da rede oficial com recursos
materiais, humanos e tecnológicos.
2.2
Uma Nova Maneira de Ver o Mundo
Surge
a internet, e com ela as distâncias são diminuídas. Os equipamentos modernos
auxiliam na diminuição de erros e na otimização do tempo. Muda-se então a
maneira de ver o mundo; todo ele está à disposição da ótica humana, através da
Internet. Transmitem-se informações para quaisquer partes do planeta com
extrema rapidez. A distância e o tempo
não mais impedem a comunicação. As informações não são mais estáticas. O
conhecimento está em rede na interação e na colaboração. O século XXI emerge como
a página da mais premente modernização. Situação essa que pressiona os mais
variados setores da sociedade a investirem nas novas tecnologias.
2.3
A Escrita Mediada pelo Computador
A
inserção das novas tecnologias na escola traz um novo paradigma educacional. Evento
esse que proporciona interação e aprendizagem coletiva, dando significado e
consciência a um processo de aprendizagem onde todos aprendem e todos ensinam. Dentre
os ícones da mediação da escrita pelo computador está o hipertexto, muito
exaltado pelos teóricos.
E
o que seria hipertexto? Qual a sua utilidade na escola? Tido como um
instrumento que auxilia na superação das dificuldades de leitura e de escrita e
introduz ou recupera o prazer pela leitura; O hipertexto é “tecnicamente um
conjunto de nós ligados por conexões. Os nós podem ser palavras, páginas,
imagens, gráficos ou pares de gráficos, sequências sonoras, documentos
complexos que podem ser eles mesmos hipertextos (LEVY,1993, p.33)”.
Xavier
(2002, p.152-153) coloca que hipertexto é também “um dispositivo textual
digital multimodal e simiolinguístico[4], que se encontra
interligado em outros hipertextos, através de hiperlinks que o constituem”; e Lemos
(2002, p. 130) sublinha que os hipertextos, “sejam online ou off-line são
informações textuais combinadas com imagens, sons, organizadas de forma a
promover uma leitura (ou navegação) não-linear, baseada em indexações e
associações de ideias e conceitos, sob a forma de links. [...] portas virtuais
que abrem caminhos para outras informações”.
Os
teóricos do hipertexto também afirmam que essa ideia não é nova, pois desde
Leonardo Da Vinci o hipertexto se fazia através das páginas dos seus escritos
que eram lidas e comentadas em suas margens pelos leitores, completadas por
outros leitores, que eram comentadas por outros e assim sucessivamente. Esse
processo era chamado de “marginálias”. A diferença é que hoje se faz isso em
ambiente virtual. Os nós referem-se a links ou superlinks que na web funcionam
como endereços localizados nos nós da Rede e que podem remeter tanto para
outras páginas do mesmo site como também para outros sites. Forma-se, então, o
hipertexto.
O
uso do computador na escola pode ser direcionado para a produção textual
coletiva. Se o professor ou o aluno colocar na Rede um texto que deverá ser
lido, analisado e complementado com conteúdos que podem enriquecê-lo, esse irá
certamente ser ampliado por outros alunos, outros professores ou até mesmo
outras pessoas para fazerem críticas ou simplesmente para pesquisa. Dependendo
da importância do texto, os nós vão-se multiplicando tornando-o um hipertexto. Para
isto a escola pode utilizar um blog ou um site e trabalhar a metodologia
webquest.
3
A
GERAÇÃO HOMO ZAPPIENS E A EDUCAÇÃO ESCOLAR
Dentre
as teorias tecnológicas da educação está a “Tendência Hipermediática”:
ambientes hipermediáticos. Essa tendência analisa os ambientes tecnológicos sob
o ângulo da sua hiperatividade e construção de sistemas cada vez mais
interativos. Qual seria o papel do professor dentro dessa ótica?
A
pedagogia atual traz como principal função do professor, mediar o conhecimento
ao aluno, auxiliar o aluno na busca do conhecimento. E, se se trata de ambiente
hipermediático, o papel do professor tem como plataforma não somente auxiliar o
aluno na busca do saber, mas, sobretudo, auxiliar na seleção desse saber dentro
do espaço virtual.
E
o aluno, qual seria o seu papel? Com esse deve ficar o papel de saber utilizar
as novas tecnologias e saber selecionar os conteúdos disponíveis na Rede. E a
escola entraria aí, para proporcionar um ambiente propício à aplicação dessas
novas tecnologias. Mas, tanto a escola quanto o professor estão muito aquém
dessa competência. A escola até hoje não conseguiu acompanhar o desenvolvimento
tecnológico.
As
crianças de hoje, a nova geração nascida a partir do final da década de 1980,
já não se interessam tanto pelos livros; preferem jogos de computador,
inclusive aqueles violentos que, ao que parece, não tem limites para os padrões
morais. E ainda há, sob o ponto de vista social, um implicador, que é o fato de
a Globalização exigir que as pessoas estejam mais conectadas, que estejam
ligadas em rede.
As crianças se comunicam com o mundo inteiro,
pois a internet não tem limites nem fronteiras. Essa novíssima geração tem
vários apelidos: “geração da Rede”, “geração digital”, “geração instantânea” e
“geração ciber”. Surge agora a chamada de geração “Homo Zappiens” –
aparentemente uma nova espécie que atua em uma cultura cibernética global com
base na multimídia.
Esses
primeiros seres digitais crescem num mundo onde a informação e a comunicação
estão disponíveis a quase todas as pessoas do globo e podem ser usadas
ativamente. Essa geração se comunica com amigos e com outras pessoas de maneira
muito mais intensa do que as gerações anteriores: usam a televisão, o MSN, os
telefones celulares, os iPods, iPads, os blogs e/ou fotoblogs, os wikis, os
chats, os jogos e outras plataformas da comunicação.
Utilizam
todos esses recursos e plataformas em redes técnicas globais e tem o mundo como
referência. Tendo à sua disposição o controle remoto da televisão, o mouse do
computador, e o telefone celular, essas crianças podem escolher, além de outras
opções, qualquer um dos dois mil e duzentos canais ou mil e quinhentas estações
de rádio do mundo inteiro que estão a sua disposição.
Antes
mesmo de aprender a ler e a escrever essas crianças aprenderam e ler e a
interpretar as imagens. Elas navegam pela internet, usando o mouse e clicando
até encontrar o que querem, mesmo sem conhecer as letras. Utilizando essas
novas tecnologias, o Homo Zappiens tem uma visão positiva sob as possibilidades
de obter a informação certa no memento certo sobre qualquer pessoa ou qualquer
lugar. Elas se comunicam com frequência em redes de amigos/parceiros e vão
filtrando as informações e aprendendo a tecer seus conceitos.
Há
uma marca que faz a diferença entre o Homo Zappiens e a outra geração: a
não-linearidade. A geração anterior funciona linearmente; por exemplo, ela
primeiro ler as instruções (lendo o papel) e depois começa a jogar, descobrindo
as coisas por conta própria quando há problemas. O Homo Zappiens, ao contrário,
não usa a linearidade: ele começa primeiro a jogar e, só depois, caso encontre
problemas, liga para um amigo, busca informação na internet, ou envia uma
mensagem para um fórum.
Quando
há necessidade de respostas instantâneas, em vez de trabalhar sozinho, são
utilizadas redes humanas e técnicas. Essa geração não utiliza a velha regra de
“fazer uma coisa de cada vez para fazer a coisa certa”. O Homo Zappiens adotou
o computador e os softwares como as gerações anteriores adotaram a eletricidade.
E
como fazer educação com essa geração? O que devem fazer a escola e a sociedade
para atender as suas exigências? Dar as
mãos, escola e sociedade, seria o ponto de partida, já que a geração atual é a
primeira que ensina seus pais a usarem um fórum, um telefone celular; a
consultar conta bancária eletronicamente, entre outros serviços.
Observa-se
que a educação está invertida – fenômeno nunca visto antes. Os pais sendo
educados pelos filhos; os filhos ensinando os pais. E a escola? Muitos
professores não sabem, por exemplo, o que fazer com o computador. Ao ser
utilizado em sala de aula o Data show, é quase sempre o aluno que resolve um
problema apresentado pelo aparelho.
A
escola tem que absorver a consciência de que ela tem que mudar; que ela tem que
acompanhar o desenvolvimento tecnológico. Ela tem que se despir de velhos
moldes. Não dá mais para está, por exemplo, dando aulas insignificativas ao
invés da pesquisa, do trabalho de grupo, do compartilhamento das atividades
interativas, dos livros eletrônicos, da utilização dos softwares e de outros
instrumentos da vivência dessa nova geração que é tão exigente e tão seletiva.
A escola tem que criar novos paradigmas que
venham ter a cara da geração digital, do Homo Zappiens. Somente assim ela
poderá sobreviver; só assim ela poderá continuar sendo útil a sociedade. São outros tempos, outras formas de comportamento,
outros instrumentos de informação e comunicação.
É
cada vez mais comum entre crianças e jovens o uso das redes sociais. Elas já
adentram as escolas e invadem ou modificam os seus programas. Muita coisa é
modismo, mas a tendência é de que a escola se aproprie dessa linguagem com o
fim de melhorar a formação de seus alunos, objetivando uma concepção de
cidadania não apenas off line, mas também on line.
A
adesão às redes sociais é de incalculável dimensão. Essa movimentação digital
provoca a abertura de espaço também para a educação. Por mais resistentes que
sejam os educadores a essa mudança, acabam se integrando (mesmo muito
lentamente) ao grupo “geração digital” que vive enredado na “teia de alcance
mundial” (Web).
O
trunfo de ferramentas como o Orkut, o Twitter e o Facebook é a agilidade. A
interação entre alunos, professores e diretores de escolas tornar-se-ia maior e
desembocaria em possibilidades de novas discussões a respeito das disciplinas
curriculares, e enriqueceria o aprendizado. O ideal seria que todas as escolas
da rede pública participassem desse processo inovador através das novas
tecnologias: ”Eu ensino, eu aprendo”.
O
aluno ficaria surpreso com a presença do professor nas redes sociais, mas ao
mesmo tempo satisfeito porque poderia utilizar esse meio para entrar em contato
o professor, ao invés de telefonar ou mandar mensagem. Assim, as discussões
sobre conteúdos disciplinares, trabalhos, relatórios de pesquisas, etc.
poderiam ir além da sala de aula.
O
retorno seria bem maior, por exemplo, nas orientações de trabalhos de conclusão
de curso, fica mais fácil manter contato através das redes sociais do que
pessoalmente. Está bem claro que o uso das redes sociais como ferramenta de
ensino e educação, é uma tendência irreversível. Não há como voltar atrás. A “geração da rede” jamais se satisfaria em
estudar apenas numa sala de aula com carteiras enfileiradas, ouvindo o que não
lhe interessa, de um professor.
A
resistência por parte dos professores não está só no desconhecimento ou na
falta de tempo, mas também no medo de se expor. Porém, tem que se assumir
riscos na educação e procurar criar estratégias que conduzam esse processo de
forma democrática, respeitosa e ética. Deve-se utilizar o que a rede dispõe
rumo a uma educação de boa qualidade.
Jamais
se devem deixar essas possibilidades de lado, porque ou se acompanha o
desenvolvimento tecnológico ou a escola fica no atraso. Cabe aos educadores,
pensadores e estudiosos da área, compreender esse processo social e, principalmente,
trazer isso para a cidadania e edificação social, fortalecendo os aspectos
positivos.
O
Brasil está na vanguarda da aceleração do avanço tecnológico digital que traz
na cabeça uma boa equipe “geração futuro”. Eduardo Severin – o brasileiro de 29
anos que, juntamente com Zuckerberg, quando estudavam em Harvard[5], diz: “Espero que a
história do Facebook, que teve início no quarto de uma república universitária,
sirva de inspiração para que pessoas de todas as idades e todos os setores se
aventurem pelo empreendedorismo e busquem seus sonhos”.
A cada
minuto o Facebook recebe 451 novos adeptos. Nos Estados Unidos e na Índia, mais
de 80% das pessoas que utilizam a internet tem uma conta ativa no Facebook. No
Brasil, o site triplicou de tamanho no último ano e acaba de subir ao posto de
rede de relacionamento mais popular, superando o Orkut. A cada 100 brasileiros
conectados à internet, 75 estão no Facebook e seguem uma tendência mundial.
Mais da metade deles navega pelo site todos os dias, em uma teia de relacionamento
de 100 bilhões de amizades, um número próximo ao de neurônios do cérebro humano
(SACATE; SBARAI, 2012, p. 77).
O
mundo está acostumado a falar do impacto que causaram, no passado, invenções
como a imprensa e a televisão, hoje a sociedade atingiu um novo ponto de
inflexão; a tendência é todas as pessoas no planeta conectadas. O modo de vida,
a cultura e a educação das pessoas se aproximam e se modificam.
Através
do Facebook os colegas de classe combinam as baladas do fim de semana, paqueram
e indicam músicas aos amigos. Por que não também combinarem grupos de estudos
ou compartilhamento em outras atividades escolares?
A cada
segundo, 2,8 milhões de e-mails são enviados no mundo, 1600 comentários são
feitos pelo Twitter, 110 fotos são arquivadas no Flickr, 10 vídeos são postados
no Youtube, um novo blog é criado e mais um domínio WWW é registrado. A
quantidade de informações digitais acumuladas no mundo até hoje é de 1,8
zettabyte (ou 1,8 trilhão de gigabytes), o equivalente a 385 bilhões de DVDs
(VEJA, 2012, p. 85).
A
“geração da rede” acompanha toda essa movimentação. Por que a escola não
aproveita para inserir-se nesse contexto? No Facebook é possível se publicar
textos, fotos ou vídeos, além de poder agendar eventos. Assim como o Facebook
serviu para organizar a pancadaria que terminou com mais de sessenta mortos em
um estádio de futebol no Egito, por que não servir para organizar eventos
educativos?
O
Facebook, como uma internet dentro da internet, tem um raro poder de
organização. A comunidade educacional deve começar a pensar em como utilizar
esse instrumento em favor da aprendizagem escolar. Não é apenas por uma questão
de mudar por mudar; mas mudar porque o aluno mudou e a escola precisa mudar com
ele.
Outro
ícone da “geração futuro” é o paulistano (brasileiro) Michel Krieger que é o
criador do Instagram – um aplicativo feito para o iPhone que reinventa o
tradicional álbum de família – uma rede social na qual se podem
compartilhar fotos com amigos. O
programa permite que se adicione uma série de efeitos especiais às imagens.
Assim
como no Facebook, as imagens são automaticamente mostradas para os seguidores
de cada perfil. “A cada segundo, sessenta fotos, vindas de todos os quadrantes
do globo, são transmitidas para o programa. É tanto que os 30 milhões de pessoas
que aderiram a ele já ganharam um apelido que as identifica como comunidade –
são os instagramers” (VEJA, 2012, p. 93).
Pedro
Franceschi, outro componente da turma “ Nativos do Planeta Chip”, com apenas 15
anos de idade, autodidata em computação, considera que “ O colégio é uma
chatice” e não faz questão de fazer faculdade, apesar de concordar que é útil
ter um diploma no currículo. Seu sonho é trabalhar na Apple ou no Google. E
afirma:” Quero estar em uma empresa onde possa liderar inovações tecnológicas
que realmente faça diferença no dia-a-dia das pessoas. [...] É assim que
aprendemos. No colégio só ensinam mais do mesmo”.
Franceschi
começou a aprender programação aos 8 anos de idade, pesquisando sozinho na Web.
A escola não sabe e nem procura saber o que interessa ao aluno, qual a sua
vocação para poder orientá-lo para o mundo, para o empreendedorismo, para
aprender a viver no mundo globalizado e capitalista em que se vive hoje. Ela (a
escola) vive absorta em suas teorias ultrapassadas, e, seus conteúdos
curriculares que para nada mais servem.
Regina
Gotthilf (25 anos de idade), outra integrante da “Nativos do Planeta Chip”,
diz: “No mundo digital não importam a nacionalidade nem a idade, mas o que se é
capaz de fazer” (VEJA, 2012, p. 96). A escola deve orientar os alunos para
usufruírem dessa igualdade digital, mas mostrar que a competição é boa até onde
não se prejudicam os semelhantes.
O
Capitalismo conduz a essa corrida desenfreada pelo melhor, pelo maior, pelo
poder, porém, não se devem esquecer os princípios da ética, da justiça e da
solidariedade. A tecnologia, hoje, é o pódio mais alto do mundo, mas nunca se
deve esquecer que todos são seres humanos e que todos também são sujeitos a
vitórias e derrotas.
João,
ao ser perguntado pela VEJA: Vocês dão valor ao ensino acadêmico? Responde:
“Fazer faculdade não faz muita diferença. Quantas pessoas se formam todos os
dias? Mas acredito na faculdade como um método de fazer Networking, ou seja,
conhecer profissionais com quem eu possa vir a trabalhar no futuro”.
Rafael
a mesma pergunta responde: “Acredito nisso também. A faculdade vale mais pelo
currículo de amigos que se cria”. Já o Ivan tem outra opinião: “Discordo
completamente. O conhecimento que se adquire fuxicando e desenvolvendo
aplicativo, é útil. No entanto, a engenharia de verdade exige mais que isso.
Pense só no Google Maps. Foram necessárias centenas de engenheiros com muito
conhecimento científico para desenvolvê-lo”.
O
descrédito da escola, por parte dos alunos, é grande; isso porque o currículo
escolar é alienado: nada da realidade das pessoas é ensinado na escola. Os
alunos precisam de conhecimento sobre as novas tecnologias para se prepararem
melhor para o mercado de trabalho e a escola não está sabendo lidar com esse
novo modelo educacional.
À
outra pergunta interessante: O mundo virtual distancia vocês do mundo real?
Responde Rafael: “Pelo contrário. Antigamente você tinha de ir à praça para
encontrar os amigos. Hoje, basta criar um servidor na internet e jogar um game
com eles”.
Paulo
expressa-se assim: “Era impossível entrar em contato com tanta gente como
acontece por meio do Facebook. Com uma única mensagem dá para marcar uma festa
para centenas de pessoas”. João afirma: “Sem a barreira física, os jovens se
conectam mais. Se um amigo muda de escola ou de cidade, você não precisa deixar
de falar com ele” (VEJA, 2012, p. 100).
Os
jovens, na realidade, não estão muito preocupados quanto a presença física,
pois eles se relacionam muito bem virtualmente. Passam muito tempo conversando,
batendo papo, resolvendo seus problemas através do computador, e a maioria das
famílias acha que está tudo bem, porque o jovem não está na rua. “Em casa os
perigos são menores”, dizem elas.
Os
educadores até ficam um pouco sem argumento, frente aos perigos que se
enfrentam a todo o momento, estando fora de casa. Ressaltando os perigos também
da internet mal utilizada. Mas, e o corpo-a-corpo? O calor humano? Fica sempre
a dúvida.
Quando
a VEJA pergunta: As redes sociais vieram para ficar? João diz: “É claro. As
redes sociais não estão restritas a Web. Numa rede social estão seus amigos, as
pessoas que lhes interessam. Tem suas fotos, sua vida. Não dá mais pra largar
as redes sociais. As pessoas sempre quiseram saber da vida dos outros, e o
Facebook é uma das melhores maneiras de fazer isso”.
Breno
enfatiza: “Tem o famoso efeito manada. Quando chegou o Facebook, todo mundo
correu do Orkut para ele. As redes sociais funcionam assim. O Facebook pode
acabar. Mas só será substituído por outro”. Ivan faz uma reflexão: “Não sou de
usar redes sociais. Mas é notável perceber que elas nasceram de uma demanda das
pessoas. As redes sociais não surgiram porque simplesmente resolveram
inventá-las. Foi a necessidade do povo de se comunicar que serviu de alicerce
para as redes sociais” (VEJA, 2012, p. 101).
Se
se analisar o processo de movimentação das redes sociais, pode-se verificar que
há muitas vantagens e algumas desvantagens. A maior vantagem é que as pessoas,
dentro de um espaço virtual, podem fazer, em curto espaço de tempo e sem
prejuízos orçamentários, muitas coisas, muitas tarefas. E uma das desvantagens
ícones está na privacidade. O receio com a privacidade mistura necessidade e
exagero.
Às vezes as pessoas se expõem porque gostam
de se expor. É claro que a rede pode ser utilizada por criminosos, de maneira
maldosa, mas não é difícil de se proteger. A Web é um espaço público e por isso
só se deve colocar nela o que se acha interessante que todos saibam. É
necessário, portanto, que se saiba utilizar as redes sociais. Os crimes
virtuais podem ser punidos com as leis de cada país.
4 CONECTIVISMO: UMA NOVA TEORIA DA
APRENDIZAGEM
As
teorias da aprendizagem existentes não são suficientes para atender às
características do aprendente do século XXI. Até pouco tempo as principais
teorias da aprendizagem eram o behaviorismo, o cognitivismo e o construtivismo.
Nasce o conectivismo. Com ele o conhecimento vem de fora. Diferente do
construtivismo de Piaget, para o conectivismo, o aprendente, através das redes
ou dos nós do hipertexto, vai eliminando as suas dúvidas e consolidando o seu
conhecimento, momento em que já não está mais só com o objeto de estudo, mas
está aprendendo em conjunto: dialogando, refazendo seus conceitos, corrigindo
os seus próprios erros, armazenando e socializando os seus acertos.
O
conectivismo (SIEMENS, 2004)[6] apresenta nove princípios,
a saber: 1) aprendizagem e conhecimento apoiam-se na diversidade de opiniões e
posições; 2) aprendizagem é a capacidade de conectar nós específicos ou fontes
de informação; 3) a aprendizagem pode residir em dispositivos não-humanos; 4) a
capacidade de investir no saber mais é muito mais importante do que o
conhecimento que o indivíduo já possui; 5) é necessário cultivar e manter
conexões para facilitar a aprendizagem
contínua; 6) a habilidade de perceber conexões entre áreas, ideias, conceitos é
fundamental; 7) a atualização do
conhecimento é a intenção de todas as atividades da aprendizagem
conectivista; 8) tomar decisão é processo de aprendizagem; 9) e as decisões
tidas como corretas hoje, podem estar erradas amanhã devido às rápidas mudanças
que afetam a realidade social.
Portanto,
no âmago do conectivismo reside a ideia de que o conhecimento está distribuído
por uma rede de conexões; e a aprendizagem está na capacidade de circular por
essas redes. Entendendo toda a trajetória teórica da aprendizagem e examinado o
que postula o conectivismo, pode-se dizer que a aprendizagem é um processo
interno-externo-socializável que acontece no indivíduo constantemente
aprimorado, dando-lhe condições para outras aprendizagens. É um processo,
portanto, inacabado, mas que lhe dá uma base sólida de como aprender a
aprender.
5 LETRAMENTO DIGITAL
O que é letramento digital? Com o desenvolvimento das tecnologias
digitais, vive-se e convive-se também em ambientes digitais, onde se produz, se
lê, se preenche e se trocam diversos gêneros textuais em várias situações que
vem se tornando cada dia mais corriqueiras. Com isto a noção de letramento foi
se inserindo também no ambiente digital que, como no mundo do impresso no
digital tem suas particularidades e demandas específicas.
Se letramento é a prática social da leitura;
é o uso da leitura e da escrita para fins escolares, profissionais e culturais,
o letramento digital é a prática social da leitura e da escrita com esses
mesmos fins, dentro do contexto digital: no hipertexto, na webquest, na leitura
colaborativa, na leitura em rede. Ao ser incorporado à tecnologia digital, o
conceito de letramento significa que, além do sujeito ter o domínio da
tecnologia é necessário que ele se aproprie do “para que” utilizar essa
tecnologia.
Para ser letrado digitalmente o usuário do
computador precisa ter várias habilidades para com o seu manuseio e de outros
equipamentos digitais, como: usar o teclado e o mouse; navegar, buscar e
selecionar informações; criar, deletar, e organizar arquivos e pastas; saber
formatar textos, escolher fontes, alinhar parágrafos, inserir imagens, entre
outras. É necessário ainda saber lidar com gêneros textuais que circulem em
ambientes digitais tais como: e-mail, site, MSN, Skype, chat, blog etc.
A cada dia é mais difícil se encontrar
pessoas sem letramento digital algum. Mesmo as pessoas que ainda não tiveram a
oportunidade de lidar com computadores têm informações sobre sites e e-mails,
tem celular e utilizam os caixas eletrônicos – equipamentos que compõem o
universo digital. Os ambientes digitais oferecem aos seus usuários infinitas
possibilidades de participação social, de trabalho e pessoal. As pessoas
precisam ser letradas digitalmente para usufruírem dessas oportunidades, e
exercerem assim, sua cidadania de forma plena.
A escola é um importante agente na formação
de pessoas que vão se beneficiar dos ambientes digitais. Isso acontece quando a
escola oferece a toda a comunidade a oportunidade de utilização das novas
tecnologias de informação e comunicação, como instrumento de leitura e escrita
relacionadas às práticas educativas e às práticas sociais. Baseada no conceito
de letramento digital, a escola pode desenvolver ações focando três eixos
complementares, tais como: a) pesquisar na internet; b) publicar na internet; e
c) comunicar-se digitalmente.
O letramento digital
considera
a necessidade dos indivíduos dominarem um conjunto de informações e habilidades
mentais que devem ser trabalhadas com urgência pelas instituições, a fim de
capacitar o mais rápido possível os alunos a viverem como verdadeiros cidadãos
neste novo milênio cada vez mais cercado por máquinas eletrônicas e digitais
(XAVIER, 2002)[7].
Conforme o que dizem e/ou o que pensam as
autoridades desse novo modelo de aprendizagem, é urgente que se reflita sobre
esse recente desafio pedagógico que se apresenta para os educadores, que é o de
letrar digitalmente uma nova geração de aprendizes – a geração homo zappiens.
Lembrando Paulo Freire “a escola deve mudar para acompanhar o seu tempo, o
tempo presente”. Ela precisa compreender que a sua missão não é só ensinar, mas
também proporcionar ao educando aprendizagens de competências e habilidades que
lhe integre num contexto sócio-tecnológico global.
A geração do ciberespaço não aceita mais a
pedagogia centrada no professor; a pedagogia da absorção passiva, do trabalho
individual, do professor “sabe tudo”, do ensino estático, do aprendizado
predeterminado, da linearidade. Agora é tempo do aluno ativo, da participação e
colaboração, do professor articulador, do ensino dinâmico, da não-linearidade,
do aprender a aprender. E a melhor maneira de se fazer essa nova pedagogia é
levando sua aula na mochila para onde for.
No estudo realizado sobre letramento digital,
há autores que chamam atenção para dois tipos de letramento: o letramento alfabético
e o letramento digital. Assim sendo, a principal condição para a apropriação do
letramento digital é o domínio do letramento alfabético pelo indivíduo. O
“novo” letramento depende do “velho”. É lógico que se o sujeito não for letrado
alfabeticamente, encontrará dificuldades em se letrar digitalmente. A diferença
é que, o alfabético tem suporte físico (papel, livro, etc.) e o digital tem
como suporte a tela.
Parafraseando Xavier, pode-se concluir que o
letramento digital realiza-se pelo uso intenso das novas tecnologias da
informação e da comunicação e também pela aquisição e domínio dos diversos
níveis de gêneros digitais e que o mesmo parece satisfazer as exigências dos
que acreditam na sua funcionalidade e utilidade; e atende aos que postulam o
desenvolvimento da capacidade analítica e crítica do cidadão como objetivo
maior da aquisição de qualquer tipo de letramento.
6
OS RECURSOS DIDÁTICOS E O NOVO PARADIGMA DA EDUCAÇÃO
Até pouco tempo um cartaz de pragas, um álbum
seriado, um cartaz de cartolina com gravuras e frases coloridas, um
retroprojetor, etc. chamavam muito atenção dos alunos em sala de aula. Hoje o mundo
deles é outro. As novas tecnologias fazem parte do seu dia-a-dia. Em todos os
lugares frequentados por eles elas estão presentes. Nos shoppings, nos
restaurantes, nas clínicas de saúde, nos bares, nas boates, dentro dos carros,
em casa, em toda a sua circunferência de ação estão presentes as novas
tecnologias. Pergunta-se:
Teria ainda graça as salas de aula
continuarem com as velhas tecnologias? O computador, o data show, o tablet, o
iPad, o iPod, o iPhone e outros instrumentos tecnológicos estão facilitando a
vida de todos, por que não utilizá-los como material didático? Por que não facilitar a vida do professor e
dos alunos no processo de ensino e de aprendizagem? Por que não aproveitar
esses instrumentos ao invés de reclamar constantemente que os alunos utilizam,
por exemplo, o celular em sala de aula? Não seria mais interessante utilizá-lo
como material didático? Por exemplo, pedir que o aluno acesse, em seu iPhone, a
internet em busca de um conhecimento na área de História, ou de qualquer outra
disciplina?
Teoricamente,
todo professor é capaz de ter bem claro em mente essas respostas, pois não
existe alguém mais bem preparado do que ele para decidir sobre os objetivos
propostos, juntamente com o aluno, e desenvolver competências e habilidades
requeridas pelos conteúdos sistematizados para o curso que está trabalhando com
os seus alunos. O cuidado maior que se deve ter é em se saber realmente se o
novo recurso vai mesmo acrescentar algo mais na formação, não somente cognitiva
do aluno, mas, sobretudo, na formação cidadã desse sujeito que a escola
pretende auxiliar.
Todas
as etapas de preparação e desenvolvimento de uma aula o professor já conhece e
lhes são cotidianas: planejamento, execução e avaliação; o que se deve agora
acrescentar é se a presença do data show, por exemplo, gerou ou não impacto no
aluno e se esse impacto veio lhe auxiliar na aprendizagem. O professor tem que
se preocupar em se o data show está fazendo a diferença na sala de aula ou se
apenas ele está sendo substituído pela lousa. Saber se mudou a metodologia ou
se é apenas mais um recurso que pode nem ser didático.
O
aluno de hoje não tem mais nenhuma atração por tecnologias ultrapassadas; o
novo lhe é peculiar e a escola tem que procurar se adequar a essa nova
realidade. Ela tem que modificar o seu currículo, porque o mundo mudou! E como
utilizar, na prática, esse recurso? Tanto o professor de Geografia como de
qualquer outra disciplina pode usar, com seus alunos o Google e/ou a Wikipédia,
ou outros recursos da internet para ilustrar as suas aulas e torná-las mais
interessantes.
É
sabido que o professor pode fazer tudo isso sem o data show, porém ele poderá
fazê-lo bem melhor usando esse recurso. Ele encontrará diversos vídeos e
músicas da época no Youtube; e encontrará também publicações de jornais e
revistas da época em sites na internet. O data show é um recurso que dá um
leque bastante grande e variado de possibilidades de aprendizagem. Mas, na
maioria das escolas falta esse recurso.
O
MEC (Ministério da Educação) está inserindo nas escolas da rede oficial
brasileira o sistema operacional Linux Educacional, através do qual o professor
pode trabalhar com os seus alunos várias atividades, abrangendo conhecimentos
de várias disciplinas. Utilizam-se nesse sistema operacional vários softwares
educativos como jogos, produções textuais, desenhos etc. Todas essas atividades
fazem com o aluno aprenda, com prazer e brincando, os conteúdos programáticos
do currículo escolar.
Mas,
não é só o data show; podem ser utilizados também em sala de aula o celular –
do mais simples ao mais avançado; o tablet, a televisão, a calculadora e outros
instrumentos tecnológicos que fazem parte da vida dos jovens e crianças da
geração “futuro”. O que falta é a escola compreender que o aluno aprende
conforme o seu interesse pelo conteúdo a ser aprendido e, o tamanho do
interesse do aluno é o tamanho do recurso didático que lhe incentive a
aprendizagem.
7 A
SALA DE INFORMÁTICA
As salas de informática passaram a se instalar nas escolas brasileiras, públicas e privadas a partir dos anos 1990. Mas, até mais ou menos o ano 2000, no Maranhão, funcionavam apenas para aulas de informática. Não havia projetos com objetivos interdisciplinares e/ou de letramento digital. Hoje, já existe, em pequena escala, blogs pedagógicos onde são trabalhas webquests e até mesmo hipertextos. A maioria, no entanto, é utilizada ainda apenas para aulas de informática, o que traz pouco resultado na aprendizagem dos conteúdos curriculares.
O
professor ainda é uma figura ausente na sala de informática. Os alunos em geral
fazem pesquisas aleatórias, sem nenhum objetivo e sem orientação do professor. É
evidente que a presença do professor na sala de informática aumenta o leque de
possibilidades para que haja uma melhor atuação pedagógica do aluno, juntamente
com o professor. Ao propor uma pesquisa aos alunos e se dispor a acompanhá-los
na sala de informática, o professor pode avaliar a qualidade, a pertinência e
eficácia das informações encontradas nos vários sites pesquisados.
Estando
o professor presente no momento da pesquisa do aluno, ele pode fazer
interferências, corrigir, acrescentar, modificar, opinar e, sobretudo, ele pode
aprender mais ou intensificar a sua própria aprendizagem sobre o conteúdo que
está sendo pesquisado. Mas, para isso o professor tem que ser autêntico e
competente, para aceitar que o aluno pode manusear com o computador muito
melhor do que ele.
Ao
planejar as atividades a serem desenvolvidas na sala de informática, o
professor não deve fazê-lo sozinho e sim com o auxílio dos alunos. Por que essa
preocupação? Todo planejamento participativo é democrático e divide
responsabilidades. A escola é lugar de se fazer cidadania e não de se produzir
autoritarismo. Quando alguém participa de um planejamento sente-se responsável
por parte do resultado de cada ação pensada e proposta nele.
Os
alunos irão adorar estarem executando uma ação da qual eles participaram como
planejadores: são sujeitos executores e serão sujeitos avaliadores. Assim fica
bem mais fácil de o professor avaliar o desempenho da turma; e para eles é
muito importante, pois ficarão cientes do que fizeram, do que estão fazendo, do
resultado alcançado, e porque alcançaram, ou não, os objetivos propostos na
ação.
Quanto
à aprendizagem colaborativa, é excelente que o professor se disponha a
incentivar essa prática na sala de informática porque, considerando que o
professor geralmente tem menos habilidades com o computador do que os alunos, e
que entre eles há os que são mais e os que são menos habilidosos, é óbvio que
se devam organizar os grupos de maneira que os que conhecem mais o computador e
os softwares, ajudem os que tem poucas habilidades com o equipamento e saibam
assim melhor responder às perguntas
específicas.
O professor também deve usar recursos da Web
2.0 de maneira compartilhada com seus alunos; trocar e-mails com eles; bater
papo no MSN; participar de comunidades do Orkut, de grupos do Yahoo e Google;
manter um blog compartilhado; usar materiais e recursos da Rede; e propor
atividades on-line, sincrônicas e assincrônicas. Para esse professor o
laboratório de informática deixa de ser um ambiente extraclasse e passa a ser
uma extensão da sala de aula, o local onde professor e aluno vão realizar a
prática dos conteúdos discutidos em sala de aula.
8
POSTURA DO PROFESSOR FRENTE AO EMERGENTE PARADIGMA DA EDUCAÇÃO: O COMPUTADOR NO
ENSINO E NA APRENDIZAGEM
Poder-se-ia
perguntar: Que papel tem o professor hoje? Jamais se poderá deixar de pensar
sobre as necessidades do professor; que conhecimentos e práticas tem esse
professor para utilizar o computador; e que linha pedagógica ele segue. Sim,
porque não é simplesmente substituir o quadro de giz pelo computador e o Data
show, mas, sobretudo saber fazer uso desses instrumentos numa linha pedagógica
que enfatize a pesquisa, a autobusca do conhecimento, orientação para a
cidadania e, especialmente, para a prática da ética. Nóvoa (2011, p.13) em sua recente obra “O
Regresso dos Professores”, afirma:
Nos últimos anos,
houve uma expansão sem precedentes da comunidade da formação de professores, em
particular dos departamentos universitários na área da educação, dos especialistas
internacionais e também da ‘indústria do ensino’, com os seus produtos
tradicionais (livros escolares, materiais didáticos, etc.) acompanhados agora
de uma panóplia de tecnologias educacionais.
Lembrando
ainda Nóvoa (2011, p.19),
muitos programas de
formação contínua tem-se revelado inúteis, servindo apenas para complicar um
quotidiano docente já de si fortemente exigente. É necessário recusar o
consumismo de cursos, seminários e ações que caracterizam o atual “mercado da
formação” dos professores. A única saída possível é o investimento na
construção de redes de trabalho coletivo que sejam o suporte de práticas de
formação baseadas na partilha e no diálogo profissional.
O
autor deixa claro nas entrelinhas que essas formações são mais uma ação
capitalista. Vendem-se os cursos, vendem-se os livros e materiais didáticos,
por trás da cortinha chamada formação de professores. Conforme ele “há também um paradoxo em se
falar muito dos professores e da escola, mas os professores não falam. Há uma ausência
dos professores, uma espécie de silêncio de uma profissão que perdeu
visibilidade no espaço público” (NÓVOA, 2011, p.19).
Concluindo
o seu texto, o autor lembra que [...] o trabalho de formação dos professores
deve estar próximo da realidade escolar e dos problemas sentidos pelos
professores. É isto que não temos feito (ANN LIEBERMAN, 1999. apud NÓVOA 2011, p.20).
Mas,
nunca é tarde para começar, e agora é a hora dos professores. É preciso
começar. O profissional da educação e mais especificamente o decente, deve
saber e até concordar que o futuro do professor é bem diferente do presente. E
esse futuro está advento. Estão pousando na escola as novas tecnologias. O
professor tem que eliminar as barreiras do autoritarismo, do saudosismo, da
fragmentação do saber, da não contextualização do ensino. Esse é o caminho para
adentrar ao “novo paradigma da educação”: a inserção do computador na escola.
Ainda
citando Nóvoa, na tentativa de organizar um perfil para o bom professor (ou o
novo professor?) enumera cinco itens: 1) O conhecimento 2) A cultura
profissional; 3) O tato pedagógico; 4) O trabalho em equipe; 5) O compromisso
social.
A
escola futura não precisa dispensar o professor, mas para não ser dispensado
ele terá que aderir às novas exigências da sociedade que se avizinha. Terá que
ser um professor aberto às mudanças e principalmente que tenha o espírito de
pesquisa. Para adotar em sua práxis pedagógica o uso do computador, o professor
deve observar em sua metodologia cinco itens, a saber:
1. Ênfase
na autonomia do aluno, quanto a sua própria aprendizagem;
2. Exploração
de todas as possibilidades do material didático;
3. Domínio
das ferramentas de interação e das várias modalidades tecnológicas de
informação e comunicação;
4. Conhecimento
dos vários processos de interação e mediação;
5. Disponibilidade
para a comunicação diferenciada no espaço e no tempo.
Esse
professor estará, sim, estribado de conhecimento e de competência para mediar a
pesquisa, a construção do conhecimento do aluno. Ivani Fazenda (2005, p15-16),
em sua magnífica obra Didática e Interdisciplinaridade, comenta que o professor
hoje tem que ter uma postura interdisciplinar e que, dentro dessa postura ele
deve ter cinco competências: intelectiva, intuitiva, prática e emotiva. Mas,
além dessas, ele deve ter a competência de orientar o seu aluno no ciberespaço.
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O
processo de inserção das novas tecnologias na educação acontece com o apoio dos
Núcleos de Tecnologias Educacionais (NTEs), dotados de infra-estrutura de informática
e comunicação que reúnem educadores e especialistas em informática educativa.
Os
profissionais que trabalham nos NTEs. são especialmente capacitados para
auxiliar as escolas em todas as fases do processo de incorporação das novas
tecnologias. Portanto, o NTE é o parceiro mais próximo da escola no processo de
inclusão digital, prestando orientação aos diretores de escolas, professores e
alunos, quanto ao uso e a aplicação das novas tecnologias, bem como no que se
refere à utilização e manutenção do equipamento.
Existem,
no Estado do Maranhão, 14 (catorze) NTEs.[8]
distribuídos nas seguintes Unidades Regionais de Educação: São Luis – Capital
do Estado – (03); Balsas (01); Bacabal (01); Santa Inês (01); Barra do Corda
(01); Imperatriz (01); Caxias (01); Timon (01); Presidente Dutra (01); São João
dos Patos (01); Itapecuru-Mirim (01); e Pinheiro (01).
O
laboratório de informática do NTE é um patrimônio que beneficia toda a
comunidade do seu entorno e o NTE é um agente colaborador. Sua função é
orientar o uso adequado desses instrumentos, para promover o desenvolvimento
humano, não apenas na escola, mas em toda a comunidade, otimizando os
resultados.
O
Estado do Maranhão possui 828 (oitocentos e vinte e oito) escolas das redes
públicas estaduais e municipais dotadas de laboratórios de informática,
atendendo as clientelas dos níveis de ensino fundamental e médio, que são
capacitadas e acompanhadas pelos NTEs. Através do Proinfo, os professores
participam do Curso de Introdução à Educação Digital (40 horas) e o Curso de
Tecnologia na Educação: ensinando e aprendendo com as TICs. (100 horas).
Os
cursos pretendem ampliar a aprendizagem sobre mídias e tecnologias, manejo do
computador e de alguns softwares no Linux Educacional e ainda, a busca de
possibilidades de aproveitá-lo no cotidiano e na prática pedagógica. Essas
atividades estão sendo cumpridas em regime de cooperação e colaboração entre as
instâncias: União, Estados e Municípios.
Tutóia
conta com um sistema de ensino público municipal e apenas duas escolas
privadas. Estas últimas são de ensino fundamental. Existem em Tutóia também
quatro escolas de ensino médio, de dependência administrativa do Estado.
O
sistema de ensino público municipal é formado por uma secretaria de educação,
um conselho municipal de educação e uma rede de escolas de educação infantil e
de ensino fundamental. A rede possui 86 (oitenta e seis) escolas. Nelas são
distribuídos 16.224 alunos, com 897 professores, 95 auxiliares de turmas e 30
monitores de programas educacionais[9].
O
currículo escolar adota uma grade curricular com a base nacional comum e a
parte diversificada (Lei nº 9394/96). Em sua parte diversificada, além da
História e da Geografia do Maranhão, está também o componente curricular Informática.
Já
existem em funcionamento 22 laboratórios de informática. Dessas 22 escolas
apenas duas tem em funcionamento projetos com a metodologia webquest. O Colégio
Presidente Castelo Branco foi o pioneiro lançando o projeto “Avançando na
Construção do Saber”. Em seguida o Colégio São Judas Tadeu lançou o Projeto
“Letramento Digital”. Está previsto para o ano 2013 a implantação dessa
metodologia em todas as escolas da sede do Município.
Dos
programas oferecidos pelo MEC, com parceria do Município, Tutóia possui: Brasil
Alfabetizado, Programa Escola da Terra, Mais Educação, Escola Aberta, Caminho
da Escola, Proinfo, Salas de Recurso (educação especial), Programa de
Alimentação Escolar, Programa do Livro e Projovem Trabalhador.
Tutóia
ainda conta com ensino superior, através da extensão da Universidade Federal do
Maranhão, da Faculdade do Maranhão e da Universidade Estadual do Maranhão.
Outros Institutos de Ensino Superior atuam em Tutóia com cursos de
pós-graduação e de especialização.
Os
professores da rede municipal são quase todos graduados em pedagogia ou
licenciaturas; e alguns são especialistas e/ou pós-graduados. A maioria é
admitida através de concurso público que é realizado de quatro em quatro anos.
Alguns são contratados (contratos anuais) para preenchimento de vagas, em
situações emergenciais.
Não
existem em Tutóia professores formados em informática, o que existe são
técnicos em informática que trabalham nos laboratórios de informática dando
apoio aos alunos nos horários determinados pelas escolas para pesquisas na
internet ou mesmo para ensinar os alunos como manusear o computador.
O
sistema operacional utilizado nesses computadores é o Linux, que traz alguns
softwares educativos para serem trabalhados nas salas de aula. Esses softwares
ainda são muito pouco utilizados por falta de professores habilitados.
Esporadicamente alguns alunos os utilizam no laboratório de informática com
auxílio do técnico.
Existem
duas bibliotecas na cidade de Tutóia: a Biblioteca Municipal e o Farol da
Educação. Ambas são utilizadas pelos alunos, pelos professores, por acadêmicos
das faculdades e por outras pessoas da comunidade. Os acervos dessas
bibliotecas ainda são pequenos, mas são muito úteis para as pesquisas dos
alunos que as frequentam de vez em quando.
Contudo,
no Maranhão o processo de inserção das novas tecnologias na escola ainda é
incipiente; e Tutóia ainda engatinha, pois das 16 escolas da amostra apenas
duas funcionam com projetos pedagógicos: uma com o “o Projeto Avançando na
Construção do Saber” e a outra com o “ Projeto Letramento Digital, nos quais
são desenvolvidas atividades de webquest e de publicação de trabalhos de
produção textual e artes, respectivamente.
Configura-se,
então, a certeza de que as novas tecnologias precisam ser imediatamente
inseridas, de forma efetiva, nos diversos espaços escolares. Mas a comunidade
educacional deve planejar bem essa nova forma de estar da escola, pois o uso do
computador e de outras ferramentas tecnológicas na escola por si só, não
garantem o sucesso do processo de ensino-aprendizagem. Precisa-se de: políticas
educacionais que atendam as novas exigências da sociedade atual, boa gestão
escolar e formação continuada de professores no âmbito das novas tecnologias na
educação e novas metodologias.
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[1] Pedagoga e especialista em Supervisão Escolar pela
Universidade Federal do Maranhão; licenciada em Filosofia e Ciência da Religião
pela Faculdade Teofilopedagógica do Maranhão; Pós-graduada em Ciências Humanas
pelo Instituto de Ensino Superior Franciscano – IESF; Mestra em Ciências da
Educação pela universidade San Lorenzo (Assunção – Paraguai); Professora de
ensino fundamental, médio e superior.
[4] Dotado de elementos verbais, imagéticos e sonoros.
[5] VEJA - revista brasileira de grande prestígio
[6]<
http:/saladosprofessores.ning.com/page/conectivismo-1> Acesso em:10/04/2012.
Iki.papagallis.com.br/GeorgeSiemenseoconectivismo.
[8]
Informação do dia 07 de fevereiro de2012.
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