PLANEJAMENTO
Professora Ms. Mara José Bandão Ramos
Gerência de Planejamento, Ensino e Avaliação
Secretaria Municipal de Educação de Tutóia
majbr.zeze@gmail.com
NÍVEIS DE PLANEJAMENTO
Planejamento do sistema educacional – É o de
maior abrangência, correspondendo ao planejamento que é feito em nível
nacional, estadual ou municipal. Incorpora e reflete as grandes políticas
educacionais. Enfrenta os problemas de atendimento à demanda, alocação e
gerenciamento de recursos, etc.
Planejamento da escola – É a proposta pedagógica da
escola; ou o Projeto Político-Pedagógico da Escola. Alguns autores chamam de
Projeto Educativo. Envolve tanto a dimensão pedagógica quanto a comunitária e
administrativa da escola. É o que Padilha (2005, p.73), chama de Planejamento
Dialógico, porque ele é construído através de um diálogo entre a escola e a
comunidade onde ela está inserida.
Planejamento curricular – É a proposta geral das
experiências de aprendizagem que serão oferecidas pela escola, incorporada nos
diversos componentes curriculares. Tem como referência os seguintes elementos: fundamentos
da disciplina (ou área de estudo), desafios pedagógicos, encaminhamento
metodológico, proposta de conteúdos e processo de avaliação.
Planejamento dialógico e projeto político-pedagógico da
escola – Planejamento socializado ascendente. “Para viabilizar a transparência e a
efetivação desse processo deve ser criado um sistema de comunicação entre os
diversos níveis de planificação e de administração educacional, de forma que as
consolidações de cada etapa sejam acompanhadas por todos os níveis” (PADILHA,
p.74).
O papel de cada segmento na prática do planejamento escolar –
A participação de todos os segmentos escolares e comunitários se refere
às diferentes dimensões do trabalho escolar e comunitário, passando pelas
decisões financeiras/orçamentárias (por exemplo, deliberando sobre o orçamento
participativo), pedagógicas/curriculares (por exemplo, optando pelo regime de
ciclos e do que chamamos de avaliação dialógica continuada), ou
administrativas/de gestão (por exemplo, pela iniciativa da reorganização
coletiva e democrática dos colegiados escolares). Os pais e os alunos podem
participar na programação de atividades, na coordenação de eventos intra e
extra-escolares e no estudo da realidade. O direito à participação dos alunos
deve ser garantido, como prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente. Dessa
forma, também as associações, entidades comunitárias e ONGs devem participar
desse processo dialógico de planejamento.
Construção coletiva do marco referencial – nesse
momento é importante que se garanta a possibilidade do debate, a superação das
contradições, dos equívocos, e que as equipes de trabalho consigam realizar
sínteses objetivas com o resultado do foi discutido.
Plano de Curso – É o planejamento gral para o ano ou
semestre. É a sistematização da proposta geral de trabalho do professor naquela
determinada disciplina ou área de estudo, numa dada realidade. Tem
essencialmente os seguintes elementos: objetivos gerais, conteúdos básicos,
metodologia, sistemática de avaliação, bibliografia básica e recursos. O Plano
de Curso terá os seus objetivos gerais detalhados em objetivos específicos que
serão detalhados em habilidades, no Plano de Aula (Roteiro Diário).
Sugestão de elaboração
do Plano de Curso:
PLANO DE CURSO/2014
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ESCOLA:
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TURNO:
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PROFESSOR:
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DATA:
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DISCIPLINA/ÁREA DE ESTUDO
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ANO/SÉRIE:
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OBJETIVOS GERAIS[1]
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CONTEÚDOS BÁSICOS[2]
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METODOLOGIA[3]
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RECURSOS[4]
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SISTEMÁTICA DE AVALIAÇÃO[5]
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Planejamento de ensino-aprendizagem:
2 Na escola, como fazer
esse planejamento?
Nessa instância o planejamento envolve a integração professor-aluno com as
relações sociais, políticas e culturais. Os elementos essenciais presentes
nesse planejamento são: os conteúdos (que devem ser planejados dentro de uma
sequência lógica), os objetivos e as habilidades, os recursos a serem
utilizados, a avaliação, a tomada de decisão e o monitoramento das ações
previstas no planejamento. Quando esse planejamento se restringe à sala aula (o
plano de aula) deve constar nele um elemento essencial-indispensável que é a
sequência didática. Nessa sequência didática o professor planeja (melhor que
seja junto com o aluno) as atividades que o aluno irá realizar e como essas
atividades serão realizadas, para o alcance dos objetivos e a garantia da
aquisição das habilidades. Nesse processo o professor só deverá interferir se
houver necessidade. O melhor é que o aluno realize as atividades raciocinando
num ato consciente do que está fazendo. Somente assim a escola está ensinando o
aluno a “aprender a fazer” (2º pilar da educação reconhecido pela
UNESCO). No plano de aula os recursos também são essenciais-indispensáveis,
pois eles ajudam o aluno a compreender a essência do conteúdo estudado. Ao manusear
um objeto o aluno analisa-o, disseca-o, divide-o em partes e volta a compô-lo,
podendo chegar a elaborar o seu conceito a respeito do seu objeto de estudo. Nesse
plano o professor também tem que ter o cuidado de evitar a monotonia e a rotina
que leva ao desinteresse no processo de aprendizagem. O papel do professor aí é
mediar esse estudo e interferir, se for necessário, apenas se for necessário. O
aluno aprende “em interação com o objeto de estudo” (PIAGET) e “socializando
esse estudo” (VYGOTSKY).
Sugestão de Plano de Aula (Roteiro Diário):
CONTEÚDOS
(TEMA)
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HABILIDADES
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SEQUÊNCIA
DIDÁTICA
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RECURSOS
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AVALIAÇÃO
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TOMADA DE
DECISÃO
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BIBLIOGRAFIAS:
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Se verificarmos o quadro acima, vamos compreender que, os recursos são
utilizados na sequência didática para que o aluno adquira determinadas
habilidades previstas no estudo dos conteúdos. Os conteúdos são sistematizados
numa sequência lógica para que os alunos tenham condição de compreender o
processo de desenvolvimento da sua aprendizagem. O papel do professor aí é
orientar o aluno nesse processo. Não fazer por ele, mas incentivá-lo a fazer.
Esse incentivo deve vir em forma de uma boa didática. Se não houver isso, o
aluno não precisará do professor, pois ele encontrará todas as respostas (respostas
diretas desumanizadas) no Google, por exemplo.
O professor do século XXI deve ter uma postura interdisciplinar e, para
isto, ele dever possuir [...] quatro competências: a competência intuitiva (busca alternativas novas e
diferenciadas para o seu trabalho); a competência intelectiva (procura desenvolver o pensamento reflexivo); a
competência prática; e a competência emocional (leitura de alma). (FAZENDA,
2005, p. 15-16).
A avaliação
diagnóstica é entendida como uma investigação das
razões dos fracassos
na prática educativa em qualquer momento do seu percurso.
na prática educativa em qualquer momento do seu percurso.
A avaliação classificatória tem um caráter seletivo que coloca o erro
como propulsor de ação. É o contrário da avaliação mediadora, que não tem caráter seletivo, mas visa o benefício do educando, com a
intenção de promover, onde o professor é investigador, esclarecedor e
organizador de experiências significativas de aprendizagem.
A
avaliação formativa é compreendida como a prática avaliativa realizada
enquanto uma atividade se executa. Ela subsidiaria a "formação"
(construção) dos
resultados.
resultados.
A avaliação somativa é entendida como avaliação final, que permite uma
certificação da atividade, expressando, de certa forma, sua validação (seria
um ajuizamento final sobre a atividade, tendo por base os seus resultados). No caso, do estudante individual, seria a sua aprovação frente aos resultados obtidos, por exemplo, numa prova final ou numa média final decorrente de várias de notas.
certificação da atividade, expressando, de certa forma, sua validação (seria
um ajuizamento final sobre a atividade, tendo por base os seus resultados). No caso, do estudante individual, seria a sua aprovação frente aos resultados obtidos, por exemplo, numa prova final ou numa média final decorrente de várias de notas.
Conforme Libâneo (1994) a avaliação tem as
seguintes características:
·
Reflete a unidade objetivos-conteúdos-métodos;
·
Possibilita a revisão do plano de ensino;
·
Ajuda a desenvolver capacidades e habilidades;
·
Voltar-se para a atividade dos alunos;
·
Ajuda na auto-percepção do professor;
·
Reflete valores e expectativas do professor em
relação aos alunos.
O professor precisa compreender que não basta dar aulas, é
necessário estar atento á situação individual de cada aluno. É preciso tirar a
limpo, todos os dias, se seus alunos estão aprendendo. Nesse sentido é preciso
que o professor mude sua prática escolar, discutindo possibilidades para que
não cometa os mesmos equívocos do passado. Com relação à avaliação na prática
escolar, Libâneo (1994, p.198-199), enumera alguns equívocos:
·
1º equivoco – tomar a avaliação unicamente como ato de aplicar
provas, atribuir metas e classificar os alunos;
·
2º equívoco – é utilizar a avaliação como recompensa aos “bons”
alunos e punição para os desinteressados ou indisciplinados;
·
3º equívoco - é o dos professores que, por confiarem demais em seu
“olho clínico”, dispensam verificações parciais no decorrer das aulas;
·
4º equívoco – é daqueles professores que rejeitam as medidas
quantitativas de aprendizagem em favor de dados qualitativos.
Concluindo,
a avaliação do aluno, a ser realizada pelo professor e pela escola, é
redimensionadora da ação pedagógica e deve assumir um caráter processual,
formativo e participativo, ser contínua, cumulativa e diagnóstica (Diretrizes
Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental de 9 anos).
PDE COMO FERRAMENTA AUXILIAR
NO PLANEJAMENTO ESCOLAR
Índice
de qualidade - Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB);
Provinha
Brasil - instrumento de aferição do desempenho escolar dos alunos de
seis a oito anos;
Transporte
escolar - Caminho
da Escola é o novo programa de transporte para alunos da Educação
Básica que residem na zona rural;
Gosto de
ler - Olimpíada Brasileira da Língua Portuguesa;Brasil Alfabetizado;
Luz para todos – Prioridade para as escolas;
Piso do magistério - definição do piso salarial nacional;
Formação - Programa Universidade Aberta do Brasil;
Educação
Superior - duplicar as vagas nas universidades federais, ampliar e abrir
cursos noturnos e combater a evasão;
Acesso
facilitado- Fundo de Financiamento Estudantil (Fies); Biblioteca na escola;
Educação
profissional - Institutos
Federais de Educação Tecnológica (IFETs);
Estágio - alterações
nas normas gerais da Lei do Estágio para beneficiar alunos da Educação
Superior, do ensino profissionalizante e médio;
Proinfância -
construção, melhoria da infra-estrutura física, reestruturação e aquisição de
equipamentos nas creches e pré-escolas;
Salas
multifuncionais - ampliação de números de salas e equipamentos para a
Educação Especial e capacitação de
professores para o atendimento educacional especializado;
Pós-doutorado - jovens
doutores terão apoio do governo para continuar no Brasil;
Censo
pela Internet - com o levantamento do Educacenso, os gestores conhecerão detalhes da
Educação do Brasil;
Saúde
nas escolas - Programa
Saúde da Família; Olhar Brasil - Doação de óculos para estudantes com problemas de visão;
Mais
Educação - Mais tempo na escola, mais atividades no contra turno e
ampliação do espaço educativo;
Educação
Especial - Monitora a entrada e a permanência na escola de pessoas com
deficiência, em especial, crianças e jovens de zero a dezoito anos atendidas
pelo Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC);
Professor-equivalente: Concurso
público para a contratação de professores nas universidades públicas federais;
Guia de
tecnologias - as melhores experiências tecnológicas educacionais são um
referencial de qualidade para utilização por escolas e sistemas de ensino;
Coleção
educadores - Coleção Pensadores, que engloba 60 obras de mestres
brasileiros e estrangeiros, doada para as escolas e bibliotecas públicas da
Educação Básica, com o objetivo de incentivar a leitura, a pesquisa e a busca
pelo conhecimento;
Dinheiro
na escola - Escolas de Ensino Fundamental públicas com o Programa
Dinheiro Direto na Escola.
Concurso - Concursos
públicos para ampliação do quadro de pessoal do FNDE e da expansão da rede
profissional;
Acessibilidade - Universidades
com núcleos para ampliação do acesso das pessoas com deficiência a todos os
espaços, ambientes, materiais e processos, com o objetivo de efetivar a
política de acessibilidade universal;
Cidades-pólo – Brasil com
150 novas escolas profissionais. A ação faz parte do plano de expansão da Rede
Federal de Educação Profissional e Tecnológica;
Inclusão
digital - Todas as escolas públicas com laboratórios de informática.
O que é o PDE
ESCOLA? É um programa de apoio à gestão escolar
baseado no planejamento participativo e destinado a auxiliar as escolas
públicas a melhorar a sua gestão. Para as escolas priorizadas pelo programa, o
MEC repassa recursos financeiros visando apoiar a execução de todo ou de parte
do seu planejamento. A ferramenta utilizada pelas escolas para realizar o seu
planejamento é o PDDE Interativo (Pdeinterativo.mec.gov.br). O PDE é
uma ferramenta de gestão DA escola e PARA a escola. Só será útil, portanto, se
ajudar a comunidade escolar a identificar e a enfrentar os seus problemas. Para
isso, as respostas do diagnóstico devem corresponder à realidade e devem ser
pensadas coletivamente. O PDDE Interativo foi desenvolvido com base na metodologia
do PDE Escola, mas desde 2012, todas as escolas públicas do país poderão
utilizá-lo – mesmo aquelas que não foram priorizadas pelo PDE Escola, ou seja,
que não receberão recursos federais desse programa.
PDDE Interativo X PDE Escola - Há certa
confusão a respeito da diferença entre o programa Plano de Desenvolvimento
da Escola (PDE Escola) e o sistema PDDE Interativo. O PDE Escola é um programa
do MEC que atende às escolas com baixo rendimento no IDEB, fomentando o
planejamento estratégico e participativo com o propósito de auxiliá-las em
sua gestão. O PDDE Interativo é a plataforma utilizada pelo
PDE Escola, que permite a utilização da metodologia por todas as escolas
públicas.
BIBLIOGRAFIA:
FERNANDES, Domingos. Avaliar Para
Aprender: Fundamentos, Práticas e
Políticas. São Paulo: Editora Unesp, 2009.
FREITAS. Luiz Carlos de et. al. Avaliação Educacional: caminhando pela contramão. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2009.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática.
Coleção Magistério. Série Formação do Professor. São Paulo: Cortez, 1994.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem
Escolar: estudos e proposições. 18 ed. São Paulo: Cortez, 2006.
PADILHA, Paulo Roberto. Planejamento Dialógico: como
construir o projeto político-pedagógico da escola. Guia da Escola Cidadã –
Instituto Paulo Freire. V.7. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
SAVIANI, Dermeval. PDE – Plano de Desenvolvimento da
Educação: Análise Crítica da Política do MEC. Campinas, SP: Autores
Associados, 2009.
VASCONCELOS, Celso dos Santos. Planejamento: plano de
ensino-aprendizagem e projeto educativo. São Paulo: Libertad, 995.
FAZENDA, Ivani (org.). Didática
e Interdisciplinaridade. Campinas, São Paulo: Papirus, 2005.
[1]
Esses objetivos estão nos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais).
[2]
Os conteúdos devem ser organizados
por bimestre, seguindo uma sequência lógica de dificuldades, o que facilitará
no desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem e na avaliação, para
tomadas de decisões certas.
[3] A metodologia deve ser bem clara para
facilitar na elaboração do roteiro diário.
[4]
Os recursos são de grande
importância, pois a utilização deles conduz a execução correta da sequência didática,
que conduz ao alcance dos objetivos, aquisição de competências e habilidades.
Esses (os recursos) devem ser bem práticos. Alguns recursos podem ser
elaborados pelos próprios alunos, com a orientação do professor.
[5]
Aqui o professor deve detalhar o tipo de avaliação e os instrumentos que serão
utilizados para a concretização da mesma. O professor nunca deve utilizar
apenas provas; outros meios, como por exemplo: seminários, pesquisas,
palestras, debates, e outros, devem ser utilizados, para que se possa verificar
o contexto avaliativo global do processo. Sem esquecer que todos os resultados
da avaliação devem ser registrados e analisados pelo professor.
[6]
A bibliografia também é indispensável, pois o professor deve fundamentar
teoricamente toda a sua prática. “A prática não se faz sem a teoria, assim como
a teoria será enfraquecida sem a prática” (Professora Zezeh).
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